Essa semana esse vídeo fez sucesso na internet. O vídeo de uma menininha dançando, do jeito dela, em uma apresentação, aparentemente de sapateado. Lembrei muito da minha filha ao ver e me identifiquei bastante. Me abriu os olhos para alguns questionamentos e julgamentos que sempre enfrentamos no dia a dia.
Minha filha iniciou o ballet aos 3 anos, que a meu ver, seria mais uma forma de distração, interação, brincadeira. Ela ainda não estava na escola e eu via mais como uma forma dela fazer novas amizades e "brincar" de ser bailarina. Infelizmente, não foi o que aconteceu, pois ela foi perdendo o interesse de ir às aulas por simplesmente não poder ser criança, não poder errar, não poder questionar, não poder falar, não poder interagir com as outras coleguinhas. Foi cansando até chegar a um ponto em que chorava, berrava que não queria mais e até hj qndo falamos do ballet ela fala que não quer voltar. Mesmo sempre recebendo "elogios" de que ela é muito disciplinada ainda não era o suficiente. Saindo um pouco desse assunto do ballet, ela entrou na escola em outras atividades e só tenho a agradecer a forma como é tratada e que interage com os demais coleguinhas. Hoje ela tem 4 anos e 4 meses e é uma menina bem ativa, e meio que atípica, rsrs. Interage bem, é bem crítica, questionadora, persistente, inteligente. Não é do tipo meiguinha, princesinha, carinhosinha e é rodeada de amiguinhos e age como se fosse uma líder. Escala, salta, faz peripécias dignas de uma acrobata, rsrs. Seu ídolo? O homem-aranha. Sempre ouvimos palavras do tipo, "vc não tá muito agitada pra uma mocinha?", "vc é muito desobediente", "menina não brinca assim". Pois bem, tá aí um ponto chave, NÃO QUERO FILHOS OBEDIENTES! Quero filhos capazes de pensar, questionar, respeitar as opiniões diversas bem como defender a sua opinião. Quero filhos ativistas que lutem pelo que acham certo e não abaixem a cabeça para tudo ou para alguém pelo simples fato de ter uma patente superior. Quero filhos amigos, que saibam escutar e entender os argumentos dos pais bem como ter coragem de tirar suas dúvidas e exporem seu ponto de vista. Para mim, mais importante do que criar filhos obedientes, é criar filhos capazes de discernir o certo do errado de acordo com os valores que são ensinados em casa. Não é porque ela é menina que tenha que ser submissa, quieta, calada. Ao contrário do que pensam, ela não me dá trabalho em casa e cumpre com suas obrigações mesmo questionando e se rebelando às vezes. Faço minhas as palavras postadas na página cientista que virou mãe: "Você acha que o legal é ser como todo mundo? Acha que todo mundo precisa fazer tudo igual? Acha que as "regras" são sempre para serem seguidas sem reflexão? Acha que toda criança precisa ser igual? Ela não acha!". O diálogo predomina e fico feliz ao ver que ela vem aprendendo e levando para si os valores que são passados.
Muito bom!
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