terça-feira, 25 de março de 2014

Tabela de sono dos bebês

Tempo total de sono para diversas idades..

Tempo total de sono para diversas idades.

Recém-nascido: 1 Semana
- Bebê dorme bastante, 15-18 horas/dia
- Geralmente em intervalos de 2-4 horas
- Não há padrão de sono

2 a 4 semanas
- Sem tabela de horários, permita que o bebê durma quando precisa
- Bebê provavelmente não dormirá por períodos longos à noite
- O maior período pode ser de 3-4 horas


5 a 8 semanas
- Bebê está mais interessado em brinquedos e objetos
- O maior período de sono começa a aparecer regularmente nas primeiras horas da noite
- O período mais longo é de 4-6 horas (menos se tem cólicas)
- O bebê "fácil" tem períodos mais regulares
- Ponha-o para dormir aos primeiros sinais de cansaço
- Ponha-o pra dormir: não mais que 2 horas acordado
- Após acordar pela manhã já está pronto para soneca somente 1 hora depois
- O bebê vai se distrair mais facilmente, então precisa de um lugar quieto pra dormir
- Crie uma rotina de atividades que acontecem antes de cada soneca e da hora de dormir à noite
- Sinais de extrema fadiga: irritável, puxa o próprio cabelo, bate na própria orelha

3 a 4 meses
- A necessidade é maior de um lugar calmo e quieto para dormir, pois o bebê se distrai mais facilmente
- Não deixar o bebê acordado por mais de 2 horas (alguns aguentam somente 1 hora)
- 6 semanas de vida é quando o período de sono mais longo deve ser preferencialmente à noite (não de dia)
- O maior período de sono é somente de 4-6 horas
- Comece a colocar o bebê para dormir antes dele começar a ficar irritado ou sonolento


4 a 8 meses
- O sono do bebê se torna mais como o do adulto, com período inicial de não-REM
- A maioria acorda entre 7 da manhã, mas geralmente entre 6-8.
- Se o bebê acordar antes das 6 é bom colocar para dormir após mamar e trocar a fralda
- Não é possível mudar a hora que o bebê acorda de manhã colocando-o para dormir mais tarde
- Comidas sólidas antes de dormir também não resultam em acordar mais tarde
- O período acordado de manhã deve ser de cerca de 2 horas para bebê de 4 meses e 3 horas para bebês de 8 meses
- Então a soneca da manhã é por volta das 9 horas para a maioria
- Tenha um período tranquilo e quieto, parte da rotina de dormir, com duração máxima de 30 minutos. Essa rotina deve começar 30 minutos ANTES do fim do período que o bebê fica acordado
- Um soneca só é restauradora se é de 1 hora ou mais, algumas vezes 40-45 minutos conta, mas 1 hora ou mais é o ideal
- Conte com outra soneca após 2-3 horas acordado
- Evite mini-sonecas no carro ou parque
- Não deixe o bebê tirar uma sonequinha para compensar uma soneca perdida
- Se o bebê tira a soneca quando deveria estar acordado, bagunça a rotina acordado/dormindo
- A Segunda soneca é geralmente entre meio-dia e 2 da tarde (antes das 3)
- Deve durar 1-2 horas
- Uma terceira soneca poderá ou não ocorrer, se ocorrer será entre 3-5 da tarde e geralmente bem rápida
- A terceira soneca desaparece por volta dos 9 meses de idade
- A hora de dormir ideal é entre 6-8 da noite, decida pelo quanto a criança está cansada
- Empregue uma rotina antes da cama com a mesma sequência de eventos toda noite, assim a criança começará a predizer o que vem a seguir, ou seja, o sono
- A criança poderá acordar de 4-6 horas depois para mamar, algumas estarão com fome mas outras vão dormir direto, depende do indivíduo
- Uma Segunda mamada poderá ocorrer por volta de 4-5 da madrugada.

9 a 12 meses
- A maioria dos bebês dessa idade realmente precisam de 2 sonecas/dia com duração total de 3 horas de sono
- Por o bebê pra dormir à noite mais cedo permitirá que ele durma até mais tarde de manhã (em alguns casos não )
- Rotina usual: acorda às 6-7 da manha, soneca da manhã 9:00, soneca da tarde 13:00 (antes das 15:00 pra não atrapalhar com o sono da noite), dormir à noite entre 18:00-20:00
- Se o bebê que dormia à noite toda começar a acordar, tente antecipar a hora de dormir gradualmente de 20-20 minutos.

12 a 21 meses (1 ano a 1 ano e 9 meses)
- Muda de 2 sonecas para 1 soneca/dia, total duração de sono 2 horas e meia
- Se a mudança para 1 soneca é difícil, tente por na cama mais cedo, a criança poderá tirar 2 sonecas num dia e 1 no outro até estabilizar

21 a 36 meses (1 e 9 meses a 3 anos)
- Maioria das crianças ainda precisam de uma soneca
- Em média a soneca é de 2 horas mas pode ser entre 1-3 horas
- Maioria das crianças dormem entre 7-9 da noite, acordam entre 6:30-8 da manhã
- Se a soneca não aconteceu, é preciso por na cama mais cedo ainda
- Se a criança não dorme bem durante a noite, não permitir que a criança tire a soneca pode ser problemático, causar extrema fadiga
- Se a criança acorda entre 5-6 da manhã, e está bem descansada, pode-se tentar encorajar mais sono com cortinas escuras
- Ir pra cama mais cedo pode resultar em acordar mais tarde de manhã (sono traz mais sono, na maioria dos casos)

3 a 6 anos
- A maioria ainda vai dormir entre 7-9 da noite, acorda entre 6:30 e 8 da manhã
- Aos 3 anos a maioria das crianças precisam de 1 soneca todos os dias
- Aos 4 anos, cerca de 50% das crianças tiram soneca 5 dias/semana
- Aos 5 anos de idade, cerca de 25% das crianças tiram soneca 4 dias/semana
- Aos 6 anos de idade as sonecas geralmente desaparecem
- Aos 3 e 4 anos a soneca dura 1-3 horas
- Aos 5 e 6 anos a soneca dura entre 1-2 horas

7 a 12 anos
- A maioria das crianças de 12 anos vão dormir entre 7:30 e 10 da noite, na média 9 da noite. A maioria dorme 9-12 horas/noite.
- Muitas crianças de 14-16 anos agora precisam de mais sono que quando eram pré-adolescentes para manter a atividade ótima e serem alertas durante o dia


Tradução: Andreia Mortensen

 (Baseada no livro 'Healthy Sleep Habits'' de Marc Weissbluth)

Retirado do grupo "Soluções para noites sem choro", disponível em: https://www.facebook.com/notes/solu%C3%A7%C3%B5es-para-noites-sem-choro/tabela-de-sono-dos-beb%C3%AAs/222824464408637

segunda-feira, 24 de março de 2014

Relato de parto humanizado do Isaac





Bom, primeiramente, eu gostaria de falar um pouco sobre como cheguei até aqui. Desde a primeira vez que engravidei eu sempre quis ter um parto normal e assim o fiz. Helena nasceu em 2009, de um parto normal (ou anormal para muitas, e eu até concordo com o termo) hospitalar. Concordo com o termo anormal pelo seguinte: a maioria das mulheres ao relatarem que não conseguiram progredir pra um PN, que a dor era insuportável, que não dilatavam, que sofreram ou até que desistiram de ter mais filhos, quando vamos analisar, sofreram intervenções hospitalares como sorinho com ocitocina, manobra de kristeller, jejum prolongado, ficaram sozinhas durante o trabalho de parto entre outros fatores. Ou seja, o problema não foi o trabalho de parto ou o parto em si, mas a forma como ele foi conduzido. Embora seja algo rotineiro nos nossos hospitais, não é normal. Uma série de protocolos ultrapassados que permanecem nos hospitais bem como a "ótima" qualidade na saúde do Brasil. E foi o que aconteceu comigo. Eu era completamente leiga no assunto e pensava que chegando a um hospital eu já conseguiria parir lindamente. Mas não, passei por todas as intervenções possíveis, o que me fez ter um parto doloroso e que não me permitiu sentir da forma como eu gostaria, além de uma episiotonomia desnescessária que me incomoda até hoje. Eu nunca engoli o fato de um bebê saudável, apgar 9, não ter ficado com a mãe desde q nasceu e eu só recebê-la horas depois já na sala de recuperação. Nunca engoli o fato de terem me cortado dizendo q era preciso, de terem subido em cima de mim, de terem me mantido deitada durante td o processo, de terem estourado minha bolsa, de terem me aplicado o tal sorinho deixando as dores mais fortes, enfim, eu queria que dessa vez fosse diferente.
Um dia meu marido chegou em casa e me pediu pra pesquisar sobre "parto humanizado", que um cliente dele lhe falara sobre. Comecei a pesquisar e me encantei. Foi aí que descobri o que era violência obstétrica e que era por isso que eu e várias conhecidas tínhamos passado e não sabiam. Vi relatos de parto como da Gisele Bundchen, Andrea Santa Rosa (esposa do Marcio Garcia), Fernanda Lima e outros relatos de pais não famosos e pensei comigo mesma que era aquilo que eu queria pra mim. Comecei a pesquisar e estudar a fundo sobre o assunto e assim que engravidei comecei a participar de alguns grupos sobre e foi aí que conheci o primeiro anjo que me auxiliou nesse processo. Me deparei com o blog da querida Adèle Valarini, e a quis como doula. Mas ela acabou se tornando mais que uma doula, uma amiga a todo o tempo. Fui me informando e estudando cada vez mais e optamos por ter meu bebê na casa de parto como plano A, e o hospital perto de onde moro, como plano B. Eu queria minha família junto comigo nesse momento, meu marido, minha filha, que desde cedo a preparei para presenciar a chegada de um irmão.
Eu não gostava muito de falar sobre, pois a maioria das pessoas sequer sabem o que é um parto humanizado e muito menos o que é violência obstétrica. Estão tão acostumados com o sistema de saúde brasileiro que nem questionam mais nada. Logo imaginam que é aquele parto de cócoras e/ou na água e pronto. E não é isso, é muito mais.
Pois bem, os pródromos começaram por volta das 37 semanas. Eu sentia umas contrações, indolores até então, umas dores na lombar, nas pernas, uma pressão no períneo, mas por enquanto só incomodava mesmo. Perto das 39  semanas, comecei a perder o tampão. Aos poucos, iam saindo os pedaços e a ansiedade ia aumentando pois estava chegando a hora. Conversava só com Adèle e algumas amigas que me apoiavam e ajudavam nesse processo. Pois escutar dos outros que sua barriga está baixa demais, que o bebê não vai esperar, que não vai dar tempo de chegar à casa de parto, que tá grande demais e afins não me ajudavam em nada, pelo contrário. Fiquei mais em casa para aproveitar os últimos dias de Helena como filha única e continuar me preparando física e psicologicamente para o momento sem querer escutar nada de negativo.
Com exatas 40 semanas, fui dormir e comecei com umas contrações na madrugada por volta de 1:30 h. Pensei comigo mesma que ainda eram os pródromos e continuei deitada. Mas dessa vez, não consegui dormir, pois as dores estavam a cada 20 min e não cessavam. Tentei td qnto era posição mas as dores começaram a ficar mais fortes. Chamei pelo meu marido e nada, dormia que roncava e só resmungava, rsrs. Então decidi levantar, preparar as coisas da escola da minha filha, caminhar um pouco e voltei pra cama pra ver se conseguiria dormir. Mas não dava mais para deitar, pois por volta das 3 hrs as dores estavam a cada 15 min e cada vez mais fortes. E aí foi qndo eu senti que ele realmente chegaria naquela hora e que eu já estava em trabalho de parto. Mandei msg pra Adèle, ela me sugeriu ir pro chuveiro e continuar acompanhando. Fui para o chuveiro quente e lá fiquei por cerca de 1 hora. Por volta das 4 hrs as contrações já estavam a cada 10 min e já estava me dando vontade de empurrar. Foi aí que eu resolvi gritar. Gritei pelo meu marido, gritei, gritei, até que ele finalmente acordou e foi ver o que era. Expliquei que estava em trabalho de parto e estava sentindo que não demoraria e que ele precisaria buscar Adèle urgente. Como ele não queria me deixar sozinha, mandamos mensagem pra Adèle vir de táxi e aí resolveríamos se ainda dava pra ficar em casa ou se iríamos logo para a casa de parto. Perto das 5 hrs, as contrações já estavam a cada 5 min. Adèle chegou por volta das 6 hrs e as contrações já estavam a cada 3 min e às vezes menos e à vontade de empurrar só aumentava. Ela chegou toda feliz com uma bola pra eu usar e logo que viu a quantas andava esvaziou a bola pois não daria tempo, pensávamos que eu já estava no expulsivo. Me arrumei, arrumamos Helena e partimos rumo à casa de parto. Bom, eu moro meio longe e ainda enfrentamos o trânsito da manhã, então dá pra imaginar como é passar boa parte do trabalho de parto dentro do carro e sentindo mais dor a cada quebra-mola, rsrs. Minha sogra estava meio com medo e dizendo que não daria tempo chegar, mas eu estava segura e preparada até para parir no carro se fosse o caso, rsrs. As dores já estavam bem fortes e a vontade de empurrar então nem se fala. Mas diferente do meu primeiro parto, eu o sentia, sabia onde ele estava e sentia sua cabecinha no meu cóccix.

Chegamos à casa de parto por volta das 8 hrs e ao ser avaliada, estava com 5 pra 6 cm de dilatação. Fui direto para o chuveiro para mais um banho quente bem demorado e me sentei na banqueta para ficar com a água caindo nas costas. Adèle me fazia massagem com óleo nas costas e ajudava a aliviar mais. Colocou tb umas músicas pra ajudar a relaxar. Eu não entendia o por que de estar só com essa dilatação pois a vontade de empurrar era enorme. Me falaram pra continuar respirando fundo e soltar o ar calmamente, vocalizando, e então me ofereciam mel para garganta e água. Me ofereceram algo para comer mas eu não conseguia comer nada àquela altura do campeonato. Depois de um tempo no chuveiro e fazendo mt força, a Clarissa, enfermeira da casa de parto, me avaliou novamente e disse que pela força que eu estava fazendo, teria dado um edema no colo do útero e que a partir daquela hora era pra eu segurar um pouco a vontade de fazer força nas contrações e tentar só respirar fundo e soltar o ar calmamente.

Eu saí do chuveiro e fui pra cama, consegui ficar mais confortável deitada e com Adèle levantando minhas pernas a cada contração. Pedi pra além de levantar minhas pernas, fazer uma pressão que ela fazia na minha lombar e aliviava as dores. Coitada, se virou nos 30 e deve ter ficado toda doída rsrs. E então eu já não conseguia mais não fazer força, já era inevitável.


Clarissa veio novamente e me disse que faria um ponto de acupuntura no meu tornozelo para ajudar. Pouco tempo depois do bendito ponto eu senti vontade de ir pra banheira e empurrar cada vez mais.
Fui para a banheira e fiquei na posição cachorrinho por um tempo e conversando com minha filha Helena. Durante todo o processo pude contar com a presença do meu marido, minha filha, minha irmã e minha tia, que se revezavam entre eles. Helena não queria sair de perto de mim em nenhum momento, então vez ou outra minha tia a levava para dar uma volta, ir ao parquinho e tal e logo voltava. E aí falamos em pedir para o papai do céu, para que ajudasse o irmão a nascer logo pois a mamãe já estava bem cansada.

Qndo senti que ele havia descido mais, mudei de posição e sentei de frente. Estava meio desconfortável, então me ofereceram ficar sentada na banqueta dentro da banheira. Com a ajuda da banheira e da banqueta, bastou algumas contrações para que a cabecinha começasse a coroar. Uma enfermeira me deu colo, me segurando pelas costas, enquanto outras duas me ajudavam com minhas pernas pois eu já estava sem forças para levantá-las. Qndo a cabecinha começou a aparecer, a enfermeira que me segurava, trocou de lugar com minha irmã, então minha irmã quem continuou me segurando e dando apoio. Meu marido não quis ver na hora do nascimento então saiu, deixando Helena, Adèle e minha irmã acompanharem. Numa única contração Isaac veio com tudo e saiu de uma só vez, bem rápido.



E aí mais uma vez se revezaram e minha irmã foi chamar pelo meu marido. Isaac não nasceu da forma convencional, nasceu, como diríamos, de cara pra lua, rsrs. Então, se formou uma bossa na sua cabeça que logo saiu e tudo voltou ao normal. Ele nasceu às 10:54 e veio após quase 10 horas de trabalho de parto, sendo umas 3 horas em fase latente. Nasceu com 53 cm e 3,380 kg. Eu só pensava em comer e dormir mas a emoção e a euforia era tanta que não consegui dormir. Ele veio para os meus braços assim que nasceu, mamou um pouco e só depois cortaram o cordão e o levaram para avaliar. Nisso, meu marido e filha, acompanharam tudo e eu do lado sendo avaliada também. Ficamos os 4 sempre juntos desde então e aí sim me senti completa e realizada pois era o pedaço que me faltava desde o meu primeiro parto.
Hoje eu só quero agradecer à todos aqueles que fizeram parte de uma forma ou de outra dessa minha conquista, me incentivando, apoiando, me passando palavras de carinho e conforto. Não posso deixar de ressaltar o quanto me apaixonei pela equipe da casa de parto. Quero agradecer à grande amiga Andrea Araciaba que sempre se fez presente e sempre me passou confiança. Às queridas amigas do GVA que me ajudaram tanto psicologicamente como fisicamente, mesmo algumas estando longe, bem como as amigas empoderadas, em especial à querida doula Adèle e a linda Elisa, sempre oferecendo ajuda e palavras de carinho. Às minhas primas empoderadas e humanizadas que sempre que nos encontrávamos conversávamos sobre e eu sempre recebia aquele carinho e apoio de que o parto humanizado era a melhor escolha. Meus pais que aprenderam junto comigo sobre esse universo e sempre me deram força. Minha irmã que estava presente durante todo o processo, bem como minha tia Marineth e meu irmão lindo e empoderado que também segue na luta pela melhoria do sistema obstétrico brasileiro. Minha cunhada Nelma, minha sogra e minha tia Célia, que sempre me ajudou e ainda ajudam com Helena. Às amiga Viviane Pires e Viviane Cenegalli, que estavam sempre em conexão participando de cada momento. Meu marido e filha que estiveram ali a todo o tempo, durante o trabalho de parto, parto e pós-parto. E no mais, a todos aqueles que acreditaram em mim, na minha força, e em nenhum momento me desanimaram.