sábado, 6 de setembro de 2014

Como turbinar a imunidade dos pequenos



Chegou o tempo seco e com ele, as ites, viroses, problemas respiratórios e afins. O bom é saber que algumas atitudes podem colaborar para uma boa saúde dos pequenos.

Primeiramente, vamos falar um pouquinho sobre as crias daqui. Helena, 5 anos, é alérgica à proteína do leite de vaca. Como todo alérgico, a imunidade fica mais enfraquecida e devido à isso, desde que ela nasceu eu procuro alternativas para aumentar sua imunidade. Isaac nasceu com a mesma alergia, mas devido ao aprendizado que adquiri na época da Helena não sofre dos mesmos problemas que ela sofria na mesma idade, ou seja, até hj ainda não adoeceu, graças, rsrs. Embora a alergia devesse enfraquecer a imunidade, Helena tb não adoece com facilidade. O único problema é a alergia em si, que trouxe com ela uma rinite. Sendo assim, entrou em contato com o alérgeno, reagiu. Fora isso, nada mais, nem doenças provenientes de mudança do clima, nem doenças provenientes dos colegas da escola, nem quando adoecemos perto dela, nem nada. E quando isso ocorre, dura 1 dia rsrsrs.

A imunidade da criança é adquirida devido a um conjunto de fatores, ou seja, não é fazendo isso ou aquilo, usar uma fórmula mágica, que a criança vai se curar ou não vai adoecer. Ela vai sendo fortificada aos poucos, com um conjunto de fatores que colaboram para isso. Sendo assim, aí vai algumas dicas:



  1. Amamentação 

A amamentação traz muitas vantagens, tais como: evita mortes infantis, diarréias, infecção respiratória, diminui o risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade, proporciona uma melhor nutrição para a criança, colabora para um efeito positivo na inteligência bem como proporciona uma melhor qualidade de vida.

O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses é importante para que se dê tempo ao organismo da criança para amadurecer, no todo, para receber qualquer alimento novo, evitando assim que o organismo responda negativamente com doenças corriqueiras ou alergias. O aparelho digestivo está diretamente ligado com a função imunológica, portanto, quanto mais maduro para receber novos alimentos, melhor.

Durante o primeiro ano de vida, o leite materno é o carro-chefe da alimentação infantil, ainda sendo mais importante do que a alimentação complementar. Como o próprio nome diz, a alimentação é COMPLEMENTAR, justamente para se complementar o leite materno que deveria continuar sendo oferecido em livre demanda.

No 2° ano de vida, o leite materno ainda fornece energia, proteína, ferro, vitamina A, ou seja, ainda vale por uma refeição, bem como continua a proteger a criança.

Amamente exclusivamente por 6 meses e mantenha a amamentação até pelo menos 2 anos. E caso tenha alguma dificuldade com o aleitamento, procure ajuda especializada, como bancos de leite humano, consultoras de amamentação ou profissionais de saúde ESPECIALIZADOS em aleitamento materno.




   2. Ensine bons hábitos alimentares

Incentive desde a introdução alimentar o consumo de frutas e verduras, fibras, proteínas, bem como evite açucar, frituras e industrializados. O paladar do bebê é virgem e aprende conforme formos ensinando e insistindo. Quaisquer desses alimentos industrializados, bem como açucar e afins, oferecidos na fase de introdução alimentar, acabam prejudicando na aceitação dos alimentos mais saudáveis. Eu vou mais além, evite até pelo menos 2 anos. A partir daí, a criança já se acostumou a uma dieta saudável e mesmo que acabe consumindo vez ou outra, continuando com os hábitos dentro de casa, ainda se mantém a preferência pelos alimentos saudáveis. Não ensine apenas com palavras, dê o exemplo e não substitua refeições. Existem alguns alimentos que colaboram para a imunidade, são eles:



  • Alho


Possui uma ação antibacteriana e é muito efetivo na prevenção de doenças em geral, bem como males cardiovasculares. Além disso, é um excelente diurético e colabora para a eliminação de líquidos e toxinas no organismo. É excelente para a digestão e previne problemas estomacais e intestinais. Além de tudo, ainda é um antibiótico natural, anti fungicida e anti viral.

Acrescente alho nas refeições, mas o inclua por último. Quanto mais cru, mais eficaz.

  • Cebola

A cebola potencializa a função imune e evita doenças virais e alérgicas. É como o alho, quanto mais crua melhor. Ela é anticancerígena, purificadora do sangue e aumenta as defesas do nosso organismo. Além de ser fonte de selênio, que funciona como antioxidante, protegendo as células contra possíveis agressões. O chá de cebola usado para a inalação é eficaz para o descongestionamento nasal.

  • Gengibre

Além de ser outro antibiótico natural, ele melhora a absorção e assimilação dos nutrientes essenciais. Uma dica é colocar um pedaço de gengibre dentro do arroz. Ele também regula o apetite e é eficaz no tratamento de inflamações de garganta e congestão nasal.

  • Quinoa


Possui aminoácidos como a metionina e a lisina, importantes para o sistema imunológico, crescimento ósseo, formação de colágeno, desintoxicação e várias outras funções, que são deficientes em dietas sem carne e ovos, essenciais para o desenvolvimento da memória e aprendizagem. Também possui triptofano, aminoácido percussor da serotonina, importante para a regulação do humor, e que estimula a produção de GH, ou seja, é um excelente aliado ao crescimento das crianças!
Conta ainda com bastante vitaminas, é rico em ferro, magnésio e outros minerais.


  • Inhame


Na alimentação das crianças ele pode e deve ser incluído desde cedo. São encontrados nele diversos nutrientes e vitaminas importantes para o desenvolvimento dos pequenos, em especial a vitamina B1, importante no crescimento das crianças, e a vitamina B5, que reforça o sistema imunológico.

Além disso, é eficaz na prevenção de doenças como: dengue, malária e febre amarela e atua limpando nosso sangue, fortalecendo o sistema de defesa do nosso organismo.

  • Alimentos ricos em vitamina C


A vitamina C aumenta a produção das células de defesa, que tem efeito direto sobre as bactérias e vírus aumentando assim a sua a resistência a infecções. Suas propriedades antioxidantes podem combater e prevenir os sintomas da diabetes, causado por um aumento no estresse oxidativo. E ainda, fortalece os ossos, dentes e gengivas, melhora a visão e nos ajuda a evitar a depressão.


  • Ômega 3


O principal benefício do ômega 3 é a sua propriedade anti-inflamatória. Os benefícios do ômega 3 estendem-se para a redução do risco de desenvolver diversas doenças, incluindo:• Diabetes;
• Acidente vascular cerebral (derrame);
• Artrite reumatóide;
• Asma;
• Síndromes inflamatórias intestinais (colites);
• Alguns tipos de câncer;
• Declínio mental.


   3. Aromaterapia

Aromaterapia é a ciência que cuida tanto dos aspectos físicos quanto emocionais por meio de óleos essenciais e vegetais puros. Alguns óleos essenciais são ótimos para prevenir e curar problemas decorrentes da infância. Bebês e crianças adoram cheiros. É como eles reconhecem o mundo em volta deles, sendo o primeiro cheiro a reconhecerem, o da mãe. Se forem bem administrados, os óleos essenciais vão se mostrar muito eficazes no trato com os bebês e crianças. 

Aqui segue um artigo com dicas de aromaterapia para os pequenos: http://claramanik.wordpress.com/?s=aromaterapia


Para o aumento da imunidade, utilizo uma sinergia à base de tea tree, lemongrass e alecrim:

Tea tree: Um dos maiores benefícios do óleo essencial de tea tree é seu efeito cicatrizante. Pode ser usado sobre picadas de insetos, brotoejas, micoses, fungos, dermatites, aftas, herpes, pé-de-atleta, verrugas, infecções vaginais, assaduras de bebês, entre outros. É ainda considerado imunoestimulante, antibiótico natural para doenças fúngicas, bacterianas e viróticas.

Lemongrass: É o óleo das crianças. É revigorante e relaxante além de estimular o afeto e o aconchego. Possui ainda, propriedade fungicida e bactericida.

Alecrim: Possui efeito positivo no cérebro e sistema nervoso. É utilizado no tratamento da bronquite, catarro, asma, sinusite, tosse convulsa, acne, eczema e dermatite.

Receita de sinergia para aumentar a imunidade:

50 ml de álcool de cereais

50 ml de água filtrada

4 gotas de óleo essencial de tea tree

4 gotas de óleo essencial de lemongrass

2 gotas de óleo essencial de alecrim

Coloque em um recipiente com spray e borrife todos os dias no ambiente em que a criança fica ou em um colar aromático.


Outra dica é pingar óleos puros no chão do box durante o banho ou na banheira do bebê. No chão do box, pingue 4 gotas de óleo, na banheira, 2 gotas.

   
   4. Banho de sol

Recomenda-se que os bebês tomem banho de sol por 5 a 10 minutos nos primeiros 15 dias de vida. Com o tempo, vai-se aumentando esse tempo gradativamente até atingir uns 15 a 20 minutos diários. Além de colaborar para a imunidade, o banho de sol ajuda a regular o relógio biológico da criança e principalmente, ajuda o organismo a ativar a vitamina D, evitando o raquitismo.


   5. Deixe a criança explorar o mundo à sua volta

O ideal é manter os cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos após ir ao banheiro, antes das refeições, escovar os dentes, manter a casa sempre limpa, além higienizar os utensílios e roupas da criança - mas sem paranoia!

O excesso de higiene inibe a produção e a ação de anticorpos do nosso organismo. A imunidade é construída na infância, a partir de estímulos externos e reações internas do organismo e que, quando esta relação de dependência é afetada de alguma maneira, não produzimos anticorpos suficientes para combater a doença e chegamos a vida adulta com mais chances de desenvolver quadros graves de alergias e baixa resistência.

Passeios no parque, andar descalço na areia, se sujar, são atividades naturais e necessárias aos pequenos, e privá-los pode ser prejudicial no futuro.


   6. Não demonize friagem

Esse é o mais difícil, devido à cultura enraizada dos antigos, que acreditam piamente que a friagem é a culpada por gerar doenças. Se fosse verdade, como viveriam as pessoas que moram em lugares frios, de baixa umidade e que até nevam? Doenças são causadas por vírus, fungos e bactérias e não por beber gelado, pegar friagem ou vento no rosto. Um texto muito bom do dr. Drauzio Varela explica um pouco desse mito: "Olha esse vento nas costas, menino!"

O dr. Wilson Rocha (pediatra pneumologista) ainda completa: "Ao contrário do que muitos pensam, andar descalço, dormir de cabelo molhado, tomar sorvete e outros gelados, abrir geladeira, pegar chuva, sereno ou vento não predispõe a infecções respiratórias. Quando venta não está ventando vírus, quando chove não está chovendo doença e quando se pisa no chão descalço a infecção não sobe pelo pé feito lagartixa. Criança abaixo de 5 anos de idade tem em media 10 resfriados por ano, sendo que algumas podem ter até 15 viroses por ano. Isto é ainda mais frequente em crianças que freqüentam creches ou aquelas que têm irmão mais velho em atividade escolar. Isto é NORMAL! Não se trata de falta de cuidado, baixa resistência ou fraqueza do organismo. Crianças pequenas trocam de vírus igual trocam de figurinha. É por isto que as escolas são um verdadeiro zoológico, um almoxarifado de vírus. Do mesmo jeito que crianças recebem vírus elas também transmitem o vírus para os outros." Leia mais sobre as doenças do inverno.

Privando a criança de pegar um vento, andar descalça, tomar um banho de chuva, beber gelado, só a ensinará a ficar sensível ao frio, adoecendo cada vez que entrar em contato com alguma dessas atividades.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Amamentação, nudez e denúncias

Está rolando uma campanha contra a censura às mães que postam fotos amamentando na net. Pois bem, vamos refletir um pouquinho sobre o assunto porque essa inversão de valores está foda! No país do carnaval, da globeleza que samba totalmente pelada em horário nobre, há quem se ofende com uma foto de mãe amamentando? Meio controverso né? Pode-se postar fotos de biquini, de vestido curto, shortinho, ou até pelada no carnaval, mas amamentando não pode? Postar fotos de crianças rebolando até o chão, vestidas como mini adultas ou nem vestidas, pode, mas amamentando não? E é por essas e outras que só se anda pra trás, pois julgar erótico ou pornográfico um gesto fisiológico, natural, só mostra o quão doente nossa sociedade está. Peito na TV pode, peito no carnaval pode, peito no dia a dia, num decote escandaloso, a qualquer hora e lugar pode, mas amamentando é feio, impróprio e pornográfico.

A amamentação é fonte de alimento, carinho, conforto. Nutre o corpo e a alma. E se você vê algum problema numa imagem como essas, procure ajuda, pois quem tem problemas é você. E aos que pedem para pelo menos tapar com um paninho, experimentem comer com um paninho na cara.

AMAmente e poste suas fotos com a hastag #mamaçovirtual e participe.



segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pré-eclâmpsia, eclâmpsia, diabetes gestacional e a cirurgia desnecessária

Estava eu matutando por esses dias sobres os motivos absurdos que os médicos inventam para levar uma mãe à uma cirurgia desnecessária. Vamos começar raciocinando um pouquinho ok? Qualquer cirurgia que formos fazer, nos é solicitado uma bateria de exames para avaliar o risco cirúrgico. Caso a glicose e a pressão estiverem alteradas, por exemplo, não podemos ser operados e a cirurgia só é marcada para quando tudo se normaliza. Pois bem, por que raios, justo quando você está grávida, te empurram pra uma cirurgia alegando diabetes gestacional ou pressão alta, sendo que nesses casos a cirurgia é mais arriscada? Mas aí mãe e bebê sobrevivem e o médico é aplaudido pois supostamente ele "salvou" a vida de ambos né. Ao menos, essas mulheres sabiam que poderiam sim ter um PN e que só em alguns casos realmente é necessário intervir com a cirurgia? E o pior, na maioria dos casos, a mulher é levada à sala de cirurgia sem ter feito nenhum exame recentemente, sem avaliar qualquer risco. Como ele tem coragem de dizer que a cirurgia é menos arriscada? A questão não é só sobreviver, vai mais além. Afinal, de sobreviventes, o Brasil está cheio. E não é a toa que a OMS está em cima devido a quantidade de cirurgias terem passado de 20%.

A cesárea só é em indicada, MESMO, em raríssimos casos, são eles:

  • Placenta prévia centro total ou centro parcial 
  • Herpes ativo durante o trabalho de parto 
  • Apresentação córmica (situação fetal transversa mantida após tentativa de versão cefálica externa) 
  • AIDS doença ou situação imunológica desconhecida ou tratamento inadequado durante a gestação (carga viral para HIV > 1.000 cópias, dosagem no terceiro trimestre). 


E mesmo nessas situações, apenas a placenta prévia e a AIDS, são motivo para o agendamento da cirurgia. No restante dos casos, a cesariana só é indicada após o início do trabalho de parto. Bem como algumas situações intraparto também podem resultar na indicação de uma cesariana. Para saber mais, segue o link: http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html




Pré-eclâmpsia e eclâmpsia (pela dra. Melania Amorim)



Segue a diretriz da OMS para o tratamento de pré-eclâmpsia e eclâmpsia: http://whqlibdoc.who.int/publications/2011/9789241548335_eng.pdf



A hipertensão complica cerca de 10% de todas as gestações, e pode se apresentar como pré-eclâmpsia (ou, nos casos mais graves, eclâmpsia), hipertensão crônica, hipertensão crônica com pré-eclâmpsia superposta e hipertensão gestacional. De acordo com um consenso realizado em 2000 nos EUA (National High Blood Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in Pregnancy), através de uma combinação de medicina baseada em evidências com a opinião de especialistas, a definição de pré-eclâmpsia é dada por hipertensão (pressão arterial sistólica maior ou



igual que 140mmHg e/ou diastólica maior ou igual que 90mmHg), que surge depois de 20 semanas de gravidez, associada com proteinúria (excreção de proteína na urina) > 300mg nas 24 horas. Esta é a classificação adotada atualmente no IMIP – Instituto Materno Infantil de Pernambuco em Recife (PE).



A presença de edema não faz mais parte dos critérios diagnósticos, porque não apresenta correlação com o prognóstico gestacional, visto que grávidas perfeitamente normais podem apresentar edema, mesmo edema generalizado. Exames como hemograma, uréia, creatinina, ácido úrico, contagem de plaquetas, testes de função hepática (transaminases) e bilirrubinas fazem parte da propedêutica complementar, mas não dos critérios diagnósticos. Estes exames servem para avaliar a gravidade da pré-eclâmpsia, mas o diagnóstico não depende de sua alteração.



A pré-eclâmpsia pode se sobrepor a uma hipertensão crônica pré-existente, quando então é dita pré-eclâmpsia superposta. Somente a pressão alta não permite o diagnóstico de pré-eclâmpsia. Existe a hipertensão gestacional, em que surge a hipertensão no final da gravidez e que é transitória, não se associa com proteinúria, nem riscos maiores para a mãe e para o bebê. Nessa circunstância, recomenda-se tranqüilizar a gestante, realizar os exames para afastar pré-eclâmpsia, avaliar o bem-estar fetal, e pode-se aguardar o trabalho de parto espontâneo. A hipertensão gestacional não indica a cesariana, e habitualmente também não requer a antecipação do parto, exceto se os níveis tensionais estão muito elevados (por exemplo, 160x110mmHg ou mais).



A pré-eclâmpsia é associada com algumas complicações, como o risco de eclâmpsia (a crise convulsiva), síndrome HELLP (há comprometimento do fígado, das plaquetas e anemia), descolamento prematuro de placenta, alterações da vitalidade fetal e aumento da morbidade e mortalidade neonatal. Entretanto, NÃO constitui indicação de cesárea. A indicação de interromper a gravidez vai depender da idade gestacional, da gravidade da pré-eclâmpsia e da presença ou não de complicações. 



Antes de 34 semanas, e na ausência de complicações maternas ou fetais, é possível manter conduta conservadora nos casos de pré-eclâmpsia grave, para aguardar a maturidade fetal. Nesses casos, recomenda-se administrar corticóide (betametasona) para acelerar a maturação pulmonar do bebê. Drogas hipotensoras, como alfametildopa e bloqueadores dos canais de cálcio, são administradas para tentar controlar a pressão arterial. A partir de 34 semanas, em geral indica-se a interrupção da gravidez, que pode também ser necessária antes dessa idade gestacional, se surgirem complicações colocando em risco o bem-estar da gestante ou do bebê.



Entretanto, o parto vaginal é possível, e a cesárea será realizada somente se houver indicação específica e não pela pré-eclâmpsia per se. É claro que a chance de cesárea está aumentada, em virtude de algumas complicações (como o descolamento prematuro de placenta e alterações da vitalidade fetal, por exemplo) indicarem o parto imediato, porém em muitos casos pode ocorrer o parto normal, sem riscos para a mulher. O parto normal é preferível em diversas circunstâncias, porque os distúrbios da coagulação podem complicar a pré-eclâmpsia, e o risco de sangramento é, evidentemente, muito maior na cesariana em relação ao parto normal. Além disso, se houver redução acentuada da contagem de plaquetas (abaixo de 70.000/mm3), não pode ser feita anestesia regional (raquidiana ou peridural) e, na cesariana, a anestesia terá que ser geral, com maiores riscos.



Indução do parto também pode estar indicada em mulheres com pré-eclâmpsia, quando há a indicação de interrupção da gravidez, porém ainda não se desencadeou o trabalho de parto. Como o colo do útero pode não estar dilatado, utilizam-se geralmente comprimidos vaginais de misoprostol (um análogo das prostaglandinas). Deve-se monitorizar a freqüência cardíaca fetal e a contratilidade uterina. Em um trabalho recentemente realizado no IMIP, a taxa de partos normais após indução em mulheres com pré-eclâmpsia a termo foi de 74%. 



O sulfato de magnésio está indicado para prevenção da eclâmpsia, e evidências consistentes, incluindo uma revisão sistemática da Biblioteca Cochrane, indicam que a droga é efetiva para reduzir a incidência de eclâmpsia e a morte materna, sem efeitos prejudiciais para o concepto. É possível que, durante o trabalho de parto, como o sulfato de magnésio diminui as contrações uterinas, seja necessário o uso de ocitocina.



Nos casos de pré-eclâmpsia leve, não há indicação geralmente de antecipar o parto, podendo-se aguardar até 40 semanas, desde que os níveis tensionais estejam controlados, gestante e feto em boas condições. Entretanto, devem ser amiudadas as consultas pré-natais, visando a detectar uma possível evolução do quadro para pré-eclâmpsia grave. Dieta equilibrada, repouso relativo, períodos de descanso em decúbito lateral esquerdo, também são recomendados. O parto normal, espontâneo, é perfeitamente possível nesta situação. 



O ideal seria, realmente, prevenir, evitar a pré-eclâmpsia. Sabe-se que algumas mulheres têm maior risco: as que engravidam pela primeira vez, as hipertensas crônicas, as obesas e aquelas com história familiar de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia. Quem já teve pré-eclâmpsia ou eclâmpsia em gestação anterior também tem risco aumentado de desenvolver novamente a doença nas gestações seguintes. Estão envolvidos mecanismos genéticos, imunológicos, e uma série de mediadores bioquímicos, como prostaglandinas, endoperóxidos, radicais livres, citocinas... Todos estão relacionados ao processo de desenvolvimento da placenta, porque por algum motivo, genético-imunológico, ainda não completamente desvendado, não ocorre penetração adequada da placenta nas camadas do útero, e a unidade útero-placentária não é bem perfundida (oxigenada). Essa isquemia é que leva ao desencadeamento das alterações bioquímicas, que acabam por induzir hipertensão, proteinúria e efeitos diversos em vários órgãos e sistemas, incluindo rins, fígado, cérebro, coagulação sanguínea...



Infelizmente a prevenção ideal ainda não foi encontrada. Alguns estudos apontam que a suplementação de cálcio em populações com baixa ingestão pode prevenir a ocorrência de pré-eclâmpsia. Em mulheres com risco elevado, parece haver efeito benéfico o uso de aspirina em baixas doses, e recentemente tem sido proposta a suplementação das vitaminas C e E (estudos clínicos estão em andamento). Recomendações básicas são manter uma dieta equilibrada, tentar se enquadrar dentro dos limites normais de peso antes de engravidar e não ganhar peso excessivamente durante a gestação. 







Diabetes gestacional




É a intolerância à glicose, que ocorre em várias intensidades e pode ou não persistir após o parto. Embora não seja indicação absoluta para cesárea, tem-se essa indicação a torto e à direita por parte da maioria dos profissionais sem se preocupar com a análise individual de cada caso.



Uma dieta adequada à gestante, bem como a atividade física, deve fazer parte da estratégia de tratamento. Se mesmo com a dieta os níveis glicêmicos permanecerem elevados, recomenda-se iniciar tratamento com insulina. As necessidades insulínicas tendem a aumentar progressivamente durante a gravidez, um sinal clínico indireto de funcionamento placentário. Os antidiabéticos orais são contra-indicados.



O diagnóstico de diabetes gestacional não indica necessariamente a cesariana, que deve ser reservada aos casos de indicação obstétrica, como macrossomia ou sofrimento fetal, por exemplo.



Não existem estudos prospectivos demonstrando que a cesariana previna trauma fetal em gestantes com DG. A via de parto é obstétrica na dependência da vitalidade fetal e do escore cervical. Assim como não existe indicação de antecipação do parto antes das 40 semanas na DG controlada com dieta e com bom controle glicêmico. (Turok et al 2003, Conway 2007)


Em ambos os casos, diabetes ou eclâmpsia, as mulheres têm sim a opção do parto normal e só em último caso, há a necessidade da cirurgia. Mas a realidade obstétrica brasileira distorce essas indicações e nos impõe como opção apenas a cesariana. Basta olharmos em volta e procurar algum caso de conhecidas em que se ouviu falar em parto normal em alguma dessas situações. Continuemos nos informando e lutando para que a realidade da saúde brasileira mude e só assim será possível a mudança.










terça-feira, 8 de abril de 2014

Pão de "queijo" sem queijo

*Sem leite, soja, glúten

Mais uma receita pra quem tem restrição alimentar. Essa é uma réplica de pão de queijo, porém sem nada de leite.

Ingredientes:
3 batatas grandes ou 6 pequenas
1 xícara cheia de polvilho azedo
1 xícara cheia de polvilho doce
2 ovos
1 colher de sopa de azeite
sal a gosto

Preparo:

Cozinhe as batatas e passe no processador ou amasse-as bem,

Acrescente os ovos, o azeite e o sal a gosto e misture. Depois acrescente o polvilho e vá misturando com as mãos até formar uma massa homogênea que praticamente solta da mão.


Unte a fôrma com um fio de azeite e espalhe com a ajuda de um guardanapo. Depois é só fazer bolinhas ou palitinhos, a forma que preferir. Uso o azeite para molhar as mãos e a massa não grudar.


Coloque para assar por 15 minutos no forno à 250° e depois deixe mais 5 a 10 min em forno baixo para dourar. Ao ver que rachou e dourou está pronto e fica assim


Fácil e rápido de se fazer e fica super saboroso. Rende cerca de 30 bolinhas. Se não quiser assar td, pode ser congelado. Coloco em uma vasilha grande, pra ficarem separados e não grudar um no outro. Aí coloco um pedaço de plástico insufilm ou papel manteiga e coloco alguns, aí mais uma camada do plástico ou papel e mais alguns e assim por diante.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Bolo de chocolate (sem leite e sem glúten)


Que tal uma receita gostosa de lanche para alérgicos? Essa aqui é sem leite e sem glúten, nhami nhami.

Ingredientes:
8 ovos
7 xícaras de chocolate ou cacau em pó (uso o chocolate em pó da nestlé)
6 xícaras de açucar
7 colheres de sopa de óleo ou azeite
100g de côco ralado
1 colher de café de fermento em pó

Bata tudo no liquidificador, unte a fôrma com azeite e coloque para assar em forno a 200° por cerca de 25 a 30 min. Quem gosta mais molinho, fofinho é só ficar de olho e deixar menos tempo e quem gostar mais durinho deixa os 30 min. De qualquer forma ele é bem saboroso.

terça-feira, 25 de março de 2014

Tabela de sono dos bebês

Tempo total de sono para diversas idades..

Tempo total de sono para diversas idades.

Recém-nascido: 1 Semana
- Bebê dorme bastante, 15-18 horas/dia
- Geralmente em intervalos de 2-4 horas
- Não há padrão de sono

2 a 4 semanas
- Sem tabela de horários, permita que o bebê durma quando precisa
- Bebê provavelmente não dormirá por períodos longos à noite
- O maior período pode ser de 3-4 horas


5 a 8 semanas
- Bebê está mais interessado em brinquedos e objetos
- O maior período de sono começa a aparecer regularmente nas primeiras horas da noite
- O período mais longo é de 4-6 horas (menos se tem cólicas)
- O bebê "fácil" tem períodos mais regulares
- Ponha-o para dormir aos primeiros sinais de cansaço
- Ponha-o pra dormir: não mais que 2 horas acordado
- Após acordar pela manhã já está pronto para soneca somente 1 hora depois
- O bebê vai se distrair mais facilmente, então precisa de um lugar quieto pra dormir
- Crie uma rotina de atividades que acontecem antes de cada soneca e da hora de dormir à noite
- Sinais de extrema fadiga: irritável, puxa o próprio cabelo, bate na própria orelha

3 a 4 meses
- A necessidade é maior de um lugar calmo e quieto para dormir, pois o bebê se distrai mais facilmente
- Não deixar o bebê acordado por mais de 2 horas (alguns aguentam somente 1 hora)
- 6 semanas de vida é quando o período de sono mais longo deve ser preferencialmente à noite (não de dia)
- O maior período de sono é somente de 4-6 horas
- Comece a colocar o bebê para dormir antes dele começar a ficar irritado ou sonolento


4 a 8 meses
- O sono do bebê se torna mais como o do adulto, com período inicial de não-REM
- A maioria acorda entre 7 da manhã, mas geralmente entre 6-8.
- Se o bebê acordar antes das 6 é bom colocar para dormir após mamar e trocar a fralda
- Não é possível mudar a hora que o bebê acorda de manhã colocando-o para dormir mais tarde
- Comidas sólidas antes de dormir também não resultam em acordar mais tarde
- O período acordado de manhã deve ser de cerca de 2 horas para bebê de 4 meses e 3 horas para bebês de 8 meses
- Então a soneca da manhã é por volta das 9 horas para a maioria
- Tenha um período tranquilo e quieto, parte da rotina de dormir, com duração máxima de 30 minutos. Essa rotina deve começar 30 minutos ANTES do fim do período que o bebê fica acordado
- Um soneca só é restauradora se é de 1 hora ou mais, algumas vezes 40-45 minutos conta, mas 1 hora ou mais é o ideal
- Conte com outra soneca após 2-3 horas acordado
- Evite mini-sonecas no carro ou parque
- Não deixe o bebê tirar uma sonequinha para compensar uma soneca perdida
- Se o bebê tira a soneca quando deveria estar acordado, bagunça a rotina acordado/dormindo
- A Segunda soneca é geralmente entre meio-dia e 2 da tarde (antes das 3)
- Deve durar 1-2 horas
- Uma terceira soneca poderá ou não ocorrer, se ocorrer será entre 3-5 da tarde e geralmente bem rápida
- A terceira soneca desaparece por volta dos 9 meses de idade
- A hora de dormir ideal é entre 6-8 da noite, decida pelo quanto a criança está cansada
- Empregue uma rotina antes da cama com a mesma sequência de eventos toda noite, assim a criança começará a predizer o que vem a seguir, ou seja, o sono
- A criança poderá acordar de 4-6 horas depois para mamar, algumas estarão com fome mas outras vão dormir direto, depende do indivíduo
- Uma Segunda mamada poderá ocorrer por volta de 4-5 da madrugada.

9 a 12 meses
- A maioria dos bebês dessa idade realmente precisam de 2 sonecas/dia com duração total de 3 horas de sono
- Por o bebê pra dormir à noite mais cedo permitirá que ele durma até mais tarde de manhã (em alguns casos não )
- Rotina usual: acorda às 6-7 da manha, soneca da manhã 9:00, soneca da tarde 13:00 (antes das 15:00 pra não atrapalhar com o sono da noite), dormir à noite entre 18:00-20:00
- Se o bebê que dormia à noite toda começar a acordar, tente antecipar a hora de dormir gradualmente de 20-20 minutos.

12 a 21 meses (1 ano a 1 ano e 9 meses)
- Muda de 2 sonecas para 1 soneca/dia, total duração de sono 2 horas e meia
- Se a mudança para 1 soneca é difícil, tente por na cama mais cedo, a criança poderá tirar 2 sonecas num dia e 1 no outro até estabilizar

21 a 36 meses (1 e 9 meses a 3 anos)
- Maioria das crianças ainda precisam de uma soneca
- Em média a soneca é de 2 horas mas pode ser entre 1-3 horas
- Maioria das crianças dormem entre 7-9 da noite, acordam entre 6:30-8 da manhã
- Se a soneca não aconteceu, é preciso por na cama mais cedo ainda
- Se a criança não dorme bem durante a noite, não permitir que a criança tire a soneca pode ser problemático, causar extrema fadiga
- Se a criança acorda entre 5-6 da manhã, e está bem descansada, pode-se tentar encorajar mais sono com cortinas escuras
- Ir pra cama mais cedo pode resultar em acordar mais tarde de manhã (sono traz mais sono, na maioria dos casos)

3 a 6 anos
- A maioria ainda vai dormir entre 7-9 da noite, acorda entre 6:30 e 8 da manhã
- Aos 3 anos a maioria das crianças precisam de 1 soneca todos os dias
- Aos 4 anos, cerca de 50% das crianças tiram soneca 5 dias/semana
- Aos 5 anos de idade, cerca de 25% das crianças tiram soneca 4 dias/semana
- Aos 6 anos de idade as sonecas geralmente desaparecem
- Aos 3 e 4 anos a soneca dura 1-3 horas
- Aos 5 e 6 anos a soneca dura entre 1-2 horas

7 a 12 anos
- A maioria das crianças de 12 anos vão dormir entre 7:30 e 10 da noite, na média 9 da noite. A maioria dorme 9-12 horas/noite.
- Muitas crianças de 14-16 anos agora precisam de mais sono que quando eram pré-adolescentes para manter a atividade ótima e serem alertas durante o dia


Tradução: Andreia Mortensen

 (Baseada no livro 'Healthy Sleep Habits'' de Marc Weissbluth)

Retirado do grupo "Soluções para noites sem choro", disponível em: https://www.facebook.com/notes/solu%C3%A7%C3%B5es-para-noites-sem-choro/tabela-de-sono-dos-beb%C3%AAs/222824464408637

segunda-feira, 24 de março de 2014

Relato de parto humanizado do Isaac





Bom, primeiramente, eu gostaria de falar um pouco sobre como cheguei até aqui. Desde a primeira vez que engravidei eu sempre quis ter um parto normal e assim o fiz. Helena nasceu em 2009, de um parto normal (ou anormal para muitas, e eu até concordo com o termo) hospitalar. Concordo com o termo anormal pelo seguinte: a maioria das mulheres ao relatarem que não conseguiram progredir pra um PN, que a dor era insuportável, que não dilatavam, que sofreram ou até que desistiram de ter mais filhos, quando vamos analisar, sofreram intervenções hospitalares como sorinho com ocitocina, manobra de kristeller, jejum prolongado, ficaram sozinhas durante o trabalho de parto entre outros fatores. Ou seja, o problema não foi o trabalho de parto ou o parto em si, mas a forma como ele foi conduzido. Embora seja algo rotineiro nos nossos hospitais, não é normal. Uma série de protocolos ultrapassados que permanecem nos hospitais bem como a "ótima" qualidade na saúde do Brasil. E foi o que aconteceu comigo. Eu era completamente leiga no assunto e pensava que chegando a um hospital eu já conseguiria parir lindamente. Mas não, passei por todas as intervenções possíveis, o que me fez ter um parto doloroso e que não me permitiu sentir da forma como eu gostaria, além de uma episiotonomia desnescessária que me incomoda até hoje. Eu nunca engoli o fato de um bebê saudável, apgar 9, não ter ficado com a mãe desde q nasceu e eu só recebê-la horas depois já na sala de recuperação. Nunca engoli o fato de terem me cortado dizendo q era preciso, de terem subido em cima de mim, de terem me mantido deitada durante td o processo, de terem estourado minha bolsa, de terem me aplicado o tal sorinho deixando as dores mais fortes, enfim, eu queria que dessa vez fosse diferente.
Um dia meu marido chegou em casa e me pediu pra pesquisar sobre "parto humanizado", que um cliente dele lhe falara sobre. Comecei a pesquisar e me encantei. Foi aí que descobri o que era violência obstétrica e que era por isso que eu e várias conhecidas tínhamos passado e não sabiam. Vi relatos de parto como da Gisele Bundchen, Andrea Santa Rosa (esposa do Marcio Garcia), Fernanda Lima e outros relatos de pais não famosos e pensei comigo mesma que era aquilo que eu queria pra mim. Comecei a pesquisar e estudar a fundo sobre o assunto e assim que engravidei comecei a participar de alguns grupos sobre e foi aí que conheci o primeiro anjo que me auxiliou nesse processo. Me deparei com o blog da querida Adèle Valarini, e a quis como doula. Mas ela acabou se tornando mais que uma doula, uma amiga a todo o tempo. Fui me informando e estudando cada vez mais e optamos por ter meu bebê na casa de parto como plano A, e o hospital perto de onde moro, como plano B. Eu queria minha família junto comigo nesse momento, meu marido, minha filha, que desde cedo a preparei para presenciar a chegada de um irmão.
Eu não gostava muito de falar sobre, pois a maioria das pessoas sequer sabem o que é um parto humanizado e muito menos o que é violência obstétrica. Estão tão acostumados com o sistema de saúde brasileiro que nem questionam mais nada. Logo imaginam que é aquele parto de cócoras e/ou na água e pronto. E não é isso, é muito mais.
Pois bem, os pródromos começaram por volta das 37 semanas. Eu sentia umas contrações, indolores até então, umas dores na lombar, nas pernas, uma pressão no períneo, mas por enquanto só incomodava mesmo. Perto das 39  semanas, comecei a perder o tampão. Aos poucos, iam saindo os pedaços e a ansiedade ia aumentando pois estava chegando a hora. Conversava só com Adèle e algumas amigas que me apoiavam e ajudavam nesse processo. Pois escutar dos outros que sua barriga está baixa demais, que o bebê não vai esperar, que não vai dar tempo de chegar à casa de parto, que tá grande demais e afins não me ajudavam em nada, pelo contrário. Fiquei mais em casa para aproveitar os últimos dias de Helena como filha única e continuar me preparando física e psicologicamente para o momento sem querer escutar nada de negativo.
Com exatas 40 semanas, fui dormir e comecei com umas contrações na madrugada por volta de 1:30 h. Pensei comigo mesma que ainda eram os pródromos e continuei deitada. Mas dessa vez, não consegui dormir, pois as dores estavam a cada 20 min e não cessavam. Tentei td qnto era posição mas as dores começaram a ficar mais fortes. Chamei pelo meu marido e nada, dormia que roncava e só resmungava, rsrs. Então decidi levantar, preparar as coisas da escola da minha filha, caminhar um pouco e voltei pra cama pra ver se conseguiria dormir. Mas não dava mais para deitar, pois por volta das 3 hrs as dores estavam a cada 15 min e cada vez mais fortes. E aí foi qndo eu senti que ele realmente chegaria naquela hora e que eu já estava em trabalho de parto. Mandei msg pra Adèle, ela me sugeriu ir pro chuveiro e continuar acompanhando. Fui para o chuveiro quente e lá fiquei por cerca de 1 hora. Por volta das 4 hrs as contrações já estavam a cada 10 min e já estava me dando vontade de empurrar. Foi aí que eu resolvi gritar. Gritei pelo meu marido, gritei, gritei, até que ele finalmente acordou e foi ver o que era. Expliquei que estava em trabalho de parto e estava sentindo que não demoraria e que ele precisaria buscar Adèle urgente. Como ele não queria me deixar sozinha, mandamos mensagem pra Adèle vir de táxi e aí resolveríamos se ainda dava pra ficar em casa ou se iríamos logo para a casa de parto. Perto das 5 hrs, as contrações já estavam a cada 5 min. Adèle chegou por volta das 6 hrs e as contrações já estavam a cada 3 min e às vezes menos e à vontade de empurrar só aumentava. Ela chegou toda feliz com uma bola pra eu usar e logo que viu a quantas andava esvaziou a bola pois não daria tempo, pensávamos que eu já estava no expulsivo. Me arrumei, arrumamos Helena e partimos rumo à casa de parto. Bom, eu moro meio longe e ainda enfrentamos o trânsito da manhã, então dá pra imaginar como é passar boa parte do trabalho de parto dentro do carro e sentindo mais dor a cada quebra-mola, rsrs. Minha sogra estava meio com medo e dizendo que não daria tempo chegar, mas eu estava segura e preparada até para parir no carro se fosse o caso, rsrs. As dores já estavam bem fortes e a vontade de empurrar então nem se fala. Mas diferente do meu primeiro parto, eu o sentia, sabia onde ele estava e sentia sua cabecinha no meu cóccix.

Chegamos à casa de parto por volta das 8 hrs e ao ser avaliada, estava com 5 pra 6 cm de dilatação. Fui direto para o chuveiro para mais um banho quente bem demorado e me sentei na banqueta para ficar com a água caindo nas costas. Adèle me fazia massagem com óleo nas costas e ajudava a aliviar mais. Colocou tb umas músicas pra ajudar a relaxar. Eu não entendia o por que de estar só com essa dilatação pois a vontade de empurrar era enorme. Me falaram pra continuar respirando fundo e soltar o ar calmamente, vocalizando, e então me ofereciam mel para garganta e água. Me ofereceram algo para comer mas eu não conseguia comer nada àquela altura do campeonato. Depois de um tempo no chuveiro e fazendo mt força, a Clarissa, enfermeira da casa de parto, me avaliou novamente e disse que pela força que eu estava fazendo, teria dado um edema no colo do útero e que a partir daquela hora era pra eu segurar um pouco a vontade de fazer força nas contrações e tentar só respirar fundo e soltar o ar calmamente.

Eu saí do chuveiro e fui pra cama, consegui ficar mais confortável deitada e com Adèle levantando minhas pernas a cada contração. Pedi pra além de levantar minhas pernas, fazer uma pressão que ela fazia na minha lombar e aliviava as dores. Coitada, se virou nos 30 e deve ter ficado toda doída rsrs. E então eu já não conseguia mais não fazer força, já era inevitável.


Clarissa veio novamente e me disse que faria um ponto de acupuntura no meu tornozelo para ajudar. Pouco tempo depois do bendito ponto eu senti vontade de ir pra banheira e empurrar cada vez mais.
Fui para a banheira e fiquei na posição cachorrinho por um tempo e conversando com minha filha Helena. Durante todo o processo pude contar com a presença do meu marido, minha filha, minha irmã e minha tia, que se revezavam entre eles. Helena não queria sair de perto de mim em nenhum momento, então vez ou outra minha tia a levava para dar uma volta, ir ao parquinho e tal e logo voltava. E aí falamos em pedir para o papai do céu, para que ajudasse o irmão a nascer logo pois a mamãe já estava bem cansada.

Qndo senti que ele havia descido mais, mudei de posição e sentei de frente. Estava meio desconfortável, então me ofereceram ficar sentada na banqueta dentro da banheira. Com a ajuda da banheira e da banqueta, bastou algumas contrações para que a cabecinha começasse a coroar. Uma enfermeira me deu colo, me segurando pelas costas, enquanto outras duas me ajudavam com minhas pernas pois eu já estava sem forças para levantá-las. Qndo a cabecinha começou a aparecer, a enfermeira que me segurava, trocou de lugar com minha irmã, então minha irmã quem continuou me segurando e dando apoio. Meu marido não quis ver na hora do nascimento então saiu, deixando Helena, Adèle e minha irmã acompanharem. Numa única contração Isaac veio com tudo e saiu de uma só vez, bem rápido.



E aí mais uma vez se revezaram e minha irmã foi chamar pelo meu marido. Isaac não nasceu da forma convencional, nasceu, como diríamos, de cara pra lua, rsrs. Então, se formou uma bossa na sua cabeça que logo saiu e tudo voltou ao normal. Ele nasceu às 10:54 e veio após quase 10 horas de trabalho de parto, sendo umas 3 horas em fase latente. Nasceu com 53 cm e 3,380 kg. Eu só pensava em comer e dormir mas a emoção e a euforia era tanta que não consegui dormir. Ele veio para os meus braços assim que nasceu, mamou um pouco e só depois cortaram o cordão e o levaram para avaliar. Nisso, meu marido e filha, acompanharam tudo e eu do lado sendo avaliada também. Ficamos os 4 sempre juntos desde então e aí sim me senti completa e realizada pois era o pedaço que me faltava desde o meu primeiro parto.
Hoje eu só quero agradecer à todos aqueles que fizeram parte de uma forma ou de outra dessa minha conquista, me incentivando, apoiando, me passando palavras de carinho e conforto. Não posso deixar de ressaltar o quanto me apaixonei pela equipe da casa de parto. Quero agradecer à grande amiga Andrea Araciaba que sempre se fez presente e sempre me passou confiança. Às queridas amigas do GVA que me ajudaram tanto psicologicamente como fisicamente, mesmo algumas estando longe, bem como as amigas empoderadas, em especial à querida doula Adèle e a linda Elisa, sempre oferecendo ajuda e palavras de carinho. Às minhas primas empoderadas e humanizadas que sempre que nos encontrávamos conversávamos sobre e eu sempre recebia aquele carinho e apoio de que o parto humanizado era a melhor escolha. Meus pais que aprenderam junto comigo sobre esse universo e sempre me deram força. Minha irmã que estava presente durante todo o processo, bem como minha tia Marineth e meu irmão lindo e empoderado que também segue na luta pela melhoria do sistema obstétrico brasileiro. Minha cunhada Nelma, minha sogra e minha tia Célia, que sempre me ajudou e ainda ajudam com Helena. Às amiga Viviane Pires e Viviane Cenegalli, que estavam sempre em conexão participando de cada momento. Meu marido e filha que estiveram ali a todo o tempo, durante o trabalho de parto, parto e pós-parto. E no mais, a todos aqueles que acreditaram em mim, na minha força, e em nenhum momento me desanimaram.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A recepção do recém-nascido e o vídeo que "emocionou" as redes sociais





Está circulando nas redes sociais esse vídeo em que o bebê não quer se separar da mãe e muita gente comentando, "ai que lindo", "que fofo" e afins. Eu te digo, não achei nada de lindo, mas sim doloroso, cruel, para mãe e filho, pois não precisava ser assim. Talvez até para o pai, que muitas vezes é impedido de estar presente, em companhia da mulher. Ela não precisava estar amarrada, assim como o bebê não precisava se afastar. O que me comove são as pessoas pensarem q isso é normal e não é. É rotineiro, mas não é normal. O ser humano é a única espécie que separa o bebê da sua mãe assim que nasce e eu pergunto, por quê? Alguém já se perguntou o por que de levarem o bebê e só trazer depois? O por que de você não poder ficar com seu filho assim que ele nasce? A única coisa de que o bebê precisa ao nascer é estar no colo da mãe. É sentir o seu carinho, é o aconchego, é mamar nos primeiros minutos de vida. O resto, na maioria das vezes, é desnecessário. O bebê ao nascer, deve ser colocado, de imediato, junto à mãe, e ali ficar por todo o tempo, salvo alguns raríssimos casos em que haja problemas específicos que necessite de atenção imediata.

Antigamente, "as mortes que ocorriam davam-se muito mais por desconhecimento (e portanto não tratamento) de fatores de risco durante a gravidez (como hipertensão ou diabetes), pela falta de sanitarismo básico e ações simples como lavar as mãos e ferver os utensilios usados para cortar o cordão umbilical por exemplo. 

Além disso, existiam (e ainda existem em algums regiões) alguns ritos que eram replicados de geração para geração, utilizadas no cuidado do coto umbilical como uso de substâncias que continham bactérias causadoras de riscos, danos e agravos à saúde do recém-nascido, predispondo-o a onfalites pela prática cultural (GALLAGHER; SHAH, 2009; SARAYVA, 2003)." (Retirado do Blog Mulheres Empoderadas)

Vejo muitas mães falando, "ah, mas assim que nasceu o bebê ficou o tempo todo comigo". Quando pergunto se só o aconchegaram no seu colo e pronto, se não saiu mais dali mesmo, nem por um minuto, aí se lembram "ah, na hora q nasceu o levaram, mas logo que voltou ele ficou o tempo todo comigo". E aí, você nunca se perguntou porque o levaram? O que fizeram com o bebê nesse tempo que ele passou afastado? Algo que eu nunca engoli foi isso.

Apesar das evidências demonstrarem a "não-necessidade" dessas intervenções, a maioria dos pediatras seguem o protocolo dos hospitais. Protocolos ultrapassados, que realizam intervenções de rotina nos recém-nascidos (assim como nas gestantes) e os tratam todos iguais, independente de necessitarem ou não de cuidados e sem respeitar nem um pouquinho as individualidades do momento único do nascimento e a transição do bebê do ambiente intra-uterino para o extra-uterino. 

Minha filha nasceu de parto normal hospitalar, saudável, apgar 9, nada de anormal nem comigo nem com ela. Mas ao nascer, eu não pude sentir seu corpinho e fui privada daquele contato pele com pele. A levaram e minha sogra, que era quem me acompanhava, foi atrás mas não a deixaram chegar perto e muito menos fotografar. E assim ela ficou, longe de mim, por pelo menos 1 hora. Eu estava sendo costurada por conta de uma episio (diga-se de passagem, desnecessária), e ela longe de mim, sabe lá fazendo o quê. Quando fui pra sala de recuperação, aí sim a trouxeram num berço, enroladinha, limpinha, e a deixaram do meu lado. Lembro como se fosse hoje, a enfermeira dizendo "tá aí, se quiser já pode amamentar". E eu pegá-la no berço, sem saber de nada, e colocá-la no meu peito, sozinha, sem ninguém pra explicar, mostrar nada. Pois bem, aquilo mexeu comigo e nunca entendi o fato de um bebê saudável não ter ficado comigo assim que nasceu. Pesquisando, me informando, é que fui entender o que acontecia aos bebês e o quanto isso era extremamente desnecessário e sem nenhum embasamento científico.

Vamos à lista de intervenções:


1. Clampeamento precoce do cordão umbilical:
Para iniciar o assunto, é importante frisar que cerca de 20% das crianças brasileiras estão anêmicas. O clampeamento precoce do cordão é o primeiro procedimento desnecessário feito no bebê. Ao se cortar o cordão precocemente (antes que ele pare de pulsar), o bebê é privado de até 40% do seu próprio sangue. Sangue este, que preveniria uma anemia futura. Se o cordão permanece ali, intacto, ligado ao bebê e a placenta...ele vai continuar a transferir todo o sangue do bebê para ele e vai aos poucos parando de pulsar, quando o bebê tiver recebido 100% do seu sangue, o cordão fica "murcho", para de pulsar, e pode ser cortado sem trazer nenhum dano ao bebê. 
Além disso, o bebê capta oxigênio utilizando os pulmões pela primeira vez no momento que nasce e inspira o ar (até então todo o oxigênio vinha através do cordão umbilical). Não cortar o cordão precocemente permite que o bebê continue a receber oxigênio do cordão umbilical, dessa forma ele tem a chance de aprender a respirar aos poucos, sem um corte abrupto. 


2. Aspiração das vias aéreas
O procedimento de aspiração rotineira para remover secreções das vias orais e nasais do RN tem uma utilidade um tanto duvidosa. Segundo os pediatras que o fazem os possíveis benefícios são a melhora da troca gasosa e redução da possibilidade de aspirar secreções. O que eles não contam é que os potenciais riscos da pratica incluem arritmias cardíacas, laringoespasmo (oclusão da glote devido a contraçäo dos músculos da laringe), e vasoespasmo da artéria pulmonar. A grande maioria dos bebês nascem bem e não precisam ser aspirados. Eles são perfeitamente capazes de limpar suas próprias vias áereas (tossindo, espirrando). Além disso, os bebês que nascem por parto vaginal, ao passar pelo canal de parto, os pulmões do bebê são massageados, provocando a expulsão natural dos líquidos. A aspiração, tanto a orotraqueal (pela boca) quanto a nasotraqueal (pelo nariz) causam muito desconforto para o bebê, basta que você imagine um cateter (sonda) sendo enfiado no seu nariz e indo até a sua traqueia, "aspirando" tudo que tiver lá e depois sendo puxado para fora novamente. Agora, imagine passar por esse procedimento no seu primeiro minuto de vida, após sair de um ambiente quentinho, escuro, protegido. Sem dúvida não é uma boa maneira de se chegar ao mundo né? 




E se o procedimento for necessário? Nesses casos devem-se utilizar pêras de aspiração ao invés de cateteres, dessa forma é menos provável que aconteçam arritmias. 


3. Aspiração gástrica
A prática de aspiração gástrica rotineira foi introduzida após uma sugestão não-testada, de que a angústia respiratória de lactentes de mães diabéticas frequentemente era causada por regurgitação e, sendo assim, a aspiração desse vômito poderia ser evitada por aspiração gástrica. A introdução do tubo no bebê recém-nascido pode causar bradicardia, laringoespasmo e pertubação do comportamento alimentar. Não existe nenhuma justificativa para a realização da aspiração gástrica rotineira. Porém, o procedimento continua a ser realizado todos os dias em diversos hospitais publicos e privados do país. Uma pesquisa baseou-se em prontuários de 277 recém-nascidos que nasceram de gestações de baixo risco e foram considerados vigorosos (ou seja, nasceram muito bem, obrigada!) no ano de 2006 em dois diferentes hospitais do país. Constatou-se que a aspiração gástrica foi feita em 94% e 86% dos bebês, respectivamente, enquanto a aspiração de vias aéreas ocorreu em 96% e 91% dos recém-nascidos. Portanto, mães e pais, não fiquem aí pensando que é "exagero, não devem fazer isso em todos!!"



4. Aplicação do colírio de nitrato de prata
Esse procedimento consiste em pingar uma gota de colírio de nitrato de prata em cada olho do recém-nascido de forma rotineira. Esse procedimento foi introduzido em 1881, para o controle da oftalmia gonocócica do recém-nascido (uma espécie de conjuntivite bastante grave, que é contraída no momento do nascimento, a partir do contato com secreções genitais maternas contaminadas com a bactéria), que era comum naquela época. O procedimento então passou a ser utilizado em todos os hospitais e continua sendo assim até hoje. A questão é que, bebês que nascem por cesareana, por exemplo, não passaram pelo canal vaginal, portanto, não tem chances de adquirir a doença. Alguém por favor me explica, POR QUE ELES TAMBÉM RECEBEM O COLÍRIO ROTINEIRAMENTE? E tem mais, o colírio de nitrato de prata resulta em um alto índice de conjuntivite química e é ineficaz contra a Chlamydia (que em muitas regiões é a causa mais comum de oftamia neonatal atualmente). Além disso, medicamentos tópicos aplicados aos olhos dos recém-nascidos podem reduzir a abertura ocular e inibir respostas visuais. Isso pode atrapalhar a interação visual entre a mãe e o bebê durante a primeira hora de vida. Infelizmente, o colírio de nitrato de prata (Credé) é recomendado (ainda) pelo Ministério da Saúde, e alguns estados têm legislação específica para o seu uso, mas ninguém pode ser OBRIGADO a deixar seu RN ser submetido a esse método ultrapassado que não previne a oftalmia por clamídia e ainda promove conjuntivite química. É absurdo. O que se pode fazer é solicitar ao obstetra (no caso de não ser um obstetra humanizado) que faça a cultura andovaginal para gonorréia durante o pré-natal. Com o resultado negativo em mãos, é possível argumentar com o pediatra durante a consulta pré-natal e exigir que seu bebê NÃO receba o colírio. Se o uso for necessário, o colírio de nitrato de prata pode ser substituído pela eritromicina, que previne tanto a oftalmia gonocócica quanto a por clamídia, ou seja, é mais eficaz. Além disso, mesmo que seja necessário o uso do colírio ele pode ser aplicado 1h após o nascimento do bebê. A primeira hora de vida do bebê não deve ser perturbada, mãe e bebê devem ser deixados em paz. 


5. Vitamina K
A administração de vitamina K nos recém-nascidos é uma forma de profilaxia contra a doença hemorrágica do recém-nascido.Na década de 50 (antes da vitamina K começar a ser utilizada de forma profilática) aproximadamente 4 a cada 1.000 nascidos apresentavam a doença. Até o presente momento, preconiza-se a administração de vitamina K em todas as crianças, pois as conseqüências desta hemorragia podem ser graves, justificando uma ação preventiva eficaz. A administração de Vitamina K é realizada nos hospitais através de uma injeção intramuscular na coxa do RN. Apesar de eficaz, esse procedimento é invasivo e muito doloroso. Podem-se obter índices semelhantes de proteção contra a doença administrando a vitamina K via oral, em doses repetidas (no dia do nascimento, e após 1 ou 2 semanas de vida). Deve ser ressaltado que os recém-nascidos com maior risco para doença hemorrágica, a saber, prematuros com baixo peso ao nascimento, com complicações perinatais, filhos de mães que usaram anti-convulsionantes, anticoagulantes e tuberculostáticos na gestação, devem receber a profilaxia na forma intramuscular. Ou seja, lactentes de alto risco devem receber a vitamina K intramuscular. E lactentes de baixo risco (bebês a termo, saudáveis, sem nenhuma complicação) podem receber a vitamina K via oral. O uso dessa forma de profilaxia exige que os pais se responsabilizem pela conclusão do tratamento, administrando as outras doses via oral em casa, no tempo estabelecido. Leia, pergunte, pesquise e converse com o pediatra. Sim, você tem opção!


6. Separação mãe-bebê. Tempo de "observação" no berçário (incubadora)
Na maioria dos hospitais em nosso país, os bebês depois de passarem por todos os procedimentos de rotina já listados acima, são apresentados a mãe (é nessa hora que geralmente os pais tiram as fotos em família) e já vão para o berçário, onde são pesados, medidos, muitas vezes já dão até banho...e depois ficam em "observação" (mesmo nascendo perfeitamente saudáveis) por X horas estipuladas no protocolo de cada hospital (já vi hospitais que deixam 2 horas, 3 horas, até 12 horas!). O bebê é deixado em berço aquecido ou incubadora, sozinho, em um "mundo estranho"...apenas por rotina. A minha filha ficou 3 horas no berçário...enquanto isso, eu pedia para que meus parentes fossem até o berçário e tirassem fotos dela através do vidro, e trouxessem para eu ver, para eu saber como ela era, como ela estava, onde ela estava. E o pior dessa separação, é que muitos hospitais introduzem as fórmulas enquanto os bebês estão no berçário, prejudicando o aleitamento materno e a saúde do bebê (foi o caso da minha filha, tomou NAN ainda no hospital). O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde enfatizam cada vez mais a importância do contato pele a pele assim que o bebê nasce, e a amamentação imediata, além do alojamento conjunto durante todo o tempo. Não há nenhuma necessidade em levar o bebê para o berçário e deixa-lo horas lá. Aliás, há sim... a necessidade do hospital faturar um pouquinho mais...pelo uso dos equipamentos por X horas.






7. Banho e retirada do vérnix

O vernix caseoso é uma substância gordurosa produzida pelas glândulas sebáceas e que recobre a pele do RN; alguns estudos mostram uma ação protetora desta substância sobre a pele do bebê.
Ao nascer, normalmente, já dão o primeiro banho do bebê logo após o parto e retiram essa proteção. Mais um procedimento desnecessário, visto que o vérnix não é sujeira e só traz benefícios para a pele do bebê e a recomendação é que se espere um prazo médio de 24 hrs para sua retirada.
O vérnix atua como um creme evanescente que penetra nos poros ou desaparece em contato com as roupas em 12 a 24 horas, sendo assim, basta esperar que logo ele será removido por conta própria. E caso não saia depois de 24 hrs aí sim, recomenda-se que seja retirado.

A maioria das pessoas desconhece as funções protetoras do vérnix para a pele do recém-nascido. O banho, logo após o parto, pode retirar toda esta camada, deixando de observar seus inúmeros benefícios:
  • Bloqueio contra a perda de água no corpo e na pele;
  • Regulação térmica interna do bebê;
  • Hidratação da pele;
  • Proteção contra infecções causadas pelo contato com a pele, como as bacterianas. 
  • Ajuda na formação do manto ácido (proteção contra micro-organismos, tais como fungos e bactérias);
  • Contém melanina (proteína responsável pela coloração da pele e dos cabelos que protege contra os raios ultravioleta);
  • Regeneração da pele em decorrência de assaduras formadas nos recém nascidos após as primeiras semanas de vida.
Eu não entendo, como as pessoas podem ver vídeos como esse acima, ou até esse abaixo e achar "lindo" o milagre da vida. Esse vídeo mostra claramente algumas dessas intervenções e eu só sinto uma agonia tremenda ao ver. Veja você e me diga se isso é mesmo normal:



É isso! Esses são os procedimentos para os quais levam seu bebê ao nascer. Fora todas as intervenções que a mãe sofre sem necessidade. E é por conta deles e outros que hoje luto pelo meu parto humanizado. E não, humanizado não é parto na água ou de cócoras, mas sim um parto respeitável não só para mãe quanto para o bebê. Aqui segue um vídeo da querida Aláya Dullius sobre a diferença entre parto normal x natural x humanizado:




E para quem acha o vídeo lindo. Aqui segue algo que EU, acho lindo! Mães e bebês juntos, desde o momento do nascimento. E pais presentes, sem serem impedidos de participar desse momento.



Viviane Pires, e a pequena Alice sendo avaliada no colo da mãe.





Luciana Rodovalho, contando com o apoio e presença do marido a todo tempo





Daniele Carcute se deliciando com o momento no colo do maridão





Sávia Soares com a pequena Valentina





Fernanda Rezende Silva e sua princesa, que ao contrário do que ocorre no vídeo, ali ficou por todo o tempo.


Elisa Lorena com a pequena Yara


E para finalizar, aqui segue mais um vídeo sobre a humanização desse momento:





Referências:
A recepção do recém-nascido, disponível em: http://partohumanizadob.blogspot.com.br/2012/07/recepcao-do-recem-nascido.html
O papel do vérnix na pele do seu bebê, disponível em: http://www.popmundi.com.br/vidaeestilo/saiba-mais-o-papel-do-vernix-na-pele-do-seu-bebe/