quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Cuidados com o recém-nascido em casa

Por Zioneth Garcia, Grupo Virtual de Amamentação:


Você acabou de chegar em casa com seu Recém-nascido, feliz pela chegada do novo membro à família. Porém, está em dúvida sobre como devem ser os cuidados em casa, as mamadas, como saber se ele está mamando suficiente... Todo mundo que foi lhe visitar dá um conselho diferente, e sua cabeça está confusa. Então esse guia é para você e vai lhe ajudar a se sentir segura sobre os cuidados com seu bebê.  


Saída da maternidade:
Ao sair da maternidade seu bebê foi pesado e medido, essas medidas são a referência para seguir o crescimento dele dali para frente. É normal os bebês perderem até 10% do seu peso de nascimento nas primeiras semanas de vida. É o tempo que levamos para engatar a amamentação, o corpo do bebe está preparado para isso.
Se existe um banco de leite humano na sua cidade se programe para ir o quanto antes e receber todas  as orientações. Se tem banco de leite na maternidade, visite-o antes de ir para casa. Mesmo que tenha recebido qualquer orientação na maternidade, visite o Banco e Leite. É provável que na excitação do nascimento você não tenha prestado a atenção adequada.

Rede BLH no Brasil (o atendimento é gratuito, apenas telefone antes para confirmar o horário de atendimento; mesmo os bancos localizados em hospitais têm uma entrada separada do atendimento de emergências, não se preocupe)


Chegada em casa:
A chegada do novo membro à família é sempre um acontecimento, especialmente para ele que ficou 9 meses na segurança de seu corpo, sem calor, sem frio, sem fome nem gases, nenhuma sensação ruim. Agora está compartilhando o mundo com você, mas você ainda é o seu mundo, então EVITE que o bebe fique dançando de colo em colo, por mais que sejam família ou amigos próximos; para o bebê, o colo de qualquer um diferente de você é estranho e desconfortável. Eles não entendem de família, só sabem que estão longe da mãe e se sentem inseguros.

Descanse com o bebe assim que chegar em casa, deixe que seu marido/mãe /amiga atenda as visitas, não fique com vergonha de dispensá-las ou dar tchau  para poder ir dormir com seu bebê.
Se possível avise a sua família e amigos com antecedência para não receber visitas nas primeiras semanas em casa, afinal você e o bebê precisam de descanso e de tempo sozinhos para se conhecer e acertar a amamentação. Com pessoas fora da intimidade do lar, esse processo pode se tornar mais difícil.

A amamentação

Os primeiros dias:

Após o nascimento, graças aos hormônios liberados durante o trabalho de parto e pela perda da placenta, o seu corpo produz o colostro; não é Leite materno ainda, mas é extremamente importante para o bebê. Eles têm estômago muito pequeno, então não se preocupe se você sente que tem pouco colostro, pois seu bebê não precisa de muito. Esse colostro, que sai em poucas gotas, é suficiente para ele.
O terceiro dia após a chegada em casa costuma ser um dia crítico, o bebê pode chorar bastante e mudar algumas coisas na rotina que parecia estabelecida desde a maternidade: para ele, acaba de "cair a ficha" de que nasceu . Nessas horas seu colo e peito vão acalmá-lo. Verifique se a pega está correta, e mesmo que você não sinta sair nada de seu peito continue a oferecer. O estímulo do bebe sugando é de vital importância para descer o Leite materno.

Veja essa imagem:

A descida do leite materno:
Dependendo da via de nascimento, do estímulo do bebê, de ter entrado em trabalho de parto ou não, pode demorar de 3 a 10 dias. A única forma segura de fazer o LM descer é grudando no seu bebê, oferecendo o seu peito em livre demanda e mantendo contato físico constante com ele. Descanse com ele sempre, durmam juntos.
Nos primeiros dias da descida do Leite materno, pode haver um leve "empedramento" (ingurgitamento)  mamário, às vezes até com uma febre leve. É normal, faça bastante massagem sob o chuveiro quente, e sempre amoleça a aréola antes de oferecer o peito ao bebe, assim facilitará a pega correta. Lembre que na pega correta o bebe deve pegar toda ou grande parte da aréola, e não só o bico.

Confira aqui como corrigir a pega:

Sempre ofereça o peito aos primeiros sinais de fome. O peito deve ser oferecido em livre demanda, isso significa não contar tempo de intervalos entre mamadas nem de duração de mamada. Não se preocupe com relógio e horários. Ofereça sempre um peito por mamada até o bebe soltar ou dormir, e só ofereça o outro se o bebe assim pedir (solta, mas não o aceita de volta o mesmo).

Alternar os peitos ao longo do dia fará diferença para você e não pra o bebe, você receberá estímulo em ambos os seios e terá uma produção simétrica. Para o bebê, não vai fazer diferença que peito oferece. Após algum tempo sem mamar, o leite materno que ficou no peito vai se diluindo, e muda inevitavelmente de composição.
Ofereça o peito mesmo que sinta ele “murcho”, lembre que cerca de 80% do leite materno se produz no momento da mamada, e mesmo nesse peito “murcho”  se produz o tanto o leite mais rico em água e açúcar, quanto o mais rico em gorduras. O bebê vai conseguir, se você praticar verdadeiramente a livre-demanda, controlar a composição do leite de acordo com as necessidades dele.

Veja como reconhecer os sinais de fome do bebê:
Leia mais sobre o controle da composição do leite materno:https://www.facebook.com/groups/266812223435061/doc/271871099595840/

Se o RN dorme demais, garanta que no mínimo mame a cada 3 hs. Se ele não acordar, deve ser estimulado a mamar. Tire as roupinhas, pegue-o no colo e molhe a boca com um pouco de Leite materno. Se ele dorme mesmo mamando, tente acordá-lo encostando a sua mão fria ou molhada na testa, mãos e pés, ou fazendo massagem circular nas bochechas.

Se ele resiste a abrir a boca, tente essa técnica:

Se seu bebê tem menos de 3kg de peso, deve ficar ainda mais atenta às mamadas. Após 2 horas dormindo, verifique o tônus muscular (resistência dos músculos) para não passar da hora de mamar. O bebê deve mostrar resistência ao movimento de pernas e braços, ou manifestar o reflexo moro (se esticar ou encolher todo) quando você pegar nele.  Se por acaso estiver molinho, desengonçado, coloque para mamar imediatamente!

Observe a frequência de xixis do bebê: mais de 5-6 fraldas bem pesadas de xixi ao longo do dia, são sinal que o bebe está mamando bem. Em caso do bebe não fazer xixi suficiente, verifique a pega e a frequência das mamadas e coloque para mamar mais vezes. Se for necessário, use a técnica de compressão da mama para garantir que ele tenha mamadas eficientes.

Técnica de compressão da mama

É de vital importância manter a amamentação de madrugada, tanto para o bebê como para você. É nesse horário que acontece o pico de prolactina no corpo da mãe, o hormônio que garante a produção de leite materno suficiente para o bebê. Por isso veja qual é a configuração na hora de dormir que mais lhe convém. O ideal é que o bebe RN esteja pelo menos no mesmo cômodo com a mãe. Se preferir, podem compartilhar a mesma cama, desde que seguindo normas de segurança essenciais:

Normas gerais de segurança da cama compartilhada

Chupetear o peito não existe. Exite a sucção mais fraca e devagar, que é tão necessária quanto a sucção forte, em que você até escuta o bebê engolindo o leite. As duas são igualmente importantes e satisfazem as necessidades afetivas do bebê e estimulam seu peito para aumentar a produção de leite materno.

Lembre que peito é muito mais que alimento; a amamentação oferece a vocês um vinculo único, e o bebê encontra no seu seio conforto, segurança, aconchego, proteção e o AMOR da mãe. Para ele não basta ser amado: ele precisa se sentir amado.
Não use bicos artificiais, eles só prejudicam o processo de adaptação da amamentação, nada de chupeta, mamadeira, chuquinhas nem bico de silicone. Eles só irão piorar a incidência de ferimentos causados pela pega errada, atrapalhar o ganho de peso do bebê, levá-lo rapidamente à confusão de bicos e um desmame muito precoce. 

Leia aqui sobre a confusão de bicos, que leva ao desmame:


Qualquer coisa além de leite materno antes dos 6 meses, interrompe o aleitamento materno exclusivo e coloca em risco a saúde do bebe. Até essa idade, o bebE não precisa de água, chá, nem nada além do seu leite materno oferecido em livre demanda. Nem mesmo em locais onde o clima é mais quente e seco.

Lembre que a recomendação do Ministério da Saúde é que o leite deve ser o único alimento do bebe até 6 meses, até 1 ano de idade continua sendo o principal mas deve ser complementado com outros alimentos , e a amamentação deve ser mantida até 2 anos ou mais.

Hora do banho:
Não precisa dar banho várias vezes ao dia, mas se for preciso mais de um banho (acidentes acontecem) prefira dar apenas um usando sabonete, shampoo e nos demais só água.
Deixe já preparado tudo o que vai precisar  para antes, durante e depois do banho. Nunca deixe o bebe sozinho no trocador nem na cama (mesmo se for por alguns segundos) para buscar algo que esqueceu! Prefira dar banho sem shampoo e não correr o risco do bebe cair. Vai precisar de toalha, sabonete, shampoo, álcool 70, fralda, roupas, pomada (se usa), cotonetes.

Veja alguns vídeos explicativos sobre como dar banho no seu RN



Banho de balde é uma técnica muito útil para higienizar e acalmar o bebê nos momentos de estresse, gases, etc. Se sente dificuldade em dar banho na banheira experimente esse método pode facilitar muito a sua vida.



Escolha um horário para o banho que seja tranquilo para você e o bebê, amamente antes e depois do banho para que o bebe fique calmo, relaxado e consiga adormecer.


O coto
O coto umbilical deve ser higienizado pelo menos 3 vezes ao dia, utilizando álcool 70%, sempre depois do banho e nas trocas de fralda. É só limpar o coto com um algodão ou cotonete molhado com álcool. Não precisa limpar com força.  Um pequeno sangramento às vezes é normal. Se houver secreção em excesso ou sangramento, faça o curativo sempre que trocar a fralda.

Geralmente, o coto umbilical leva de 7 a 15 dias para se desprender da barriga do bebê, sendo que a higiene adequada agiliza o processo. Alguns recém-nascidos apresentam um umbigo grosso e gelatinoso o que poderá retardar sua queda em até 25 dias.

Não use nada além do álcool 70 e a água do banho, não precisa acelerar o processo de desprendimento do coto, não o puxe, não use faixas, nem moedas ou botões, e não coloque nenhum curativo fechado.

Podem aparecer crostas gordurosas sobre a moleira. É normal, e se trata da secreção que fica ali acumulada. Se não sair com a agua de banho, use umas gotas de óleo de amêndoas (natural, não o perfumado) ou óleo de cozinha e uma escova suave para retirar antes do banho com shampoo.

Veja sobre a pele do RN:


Fraldas
Evite usar lencinhos umedecidos. Eles são práticos, mas podem irritar a pele do bebe. Prefira usar algodão molhado com água para limpar a bundinha do bebê. Se tiver como, prefira lavar com água corrente. Lembre de sempre retirar os resíduos limpando para trás, para que os resíduos não toquem o órgão genital e a uretra, nas meninas principalmente.  
Não puxe o prepúcio de seu menino, ele deve se soltar sozinho ao longo dos próximos meses/anos. Apenas realize a higienização durante o banho. Ao colocar a fralda verifique que o pênis do bebe fique para abaixo (para evitar vazamentos).
Não aperte muito as fraldas e evite que fiquem sobre a região do coto umbilical.


Banho de sol:
O bebe precisa tomar banho de sol todos os dias, de 10-15 min antes das 10 horas ou após as 16 horas. Isso vai ajudar no metabolismo da bilirrubina e ajudar a prevenir a icterícia. Além disso, ao ser exposto à luz solar o corpo humano produz a vitamina D, responsável por fixar o cálcio nos ossos. Por isso o banho de sol é imprescindível. Mesmo o sol que entra pela janela do seu apartamento está valendo. Tire a roupa do bebe e deixe-o tomar os raios de sol diretamente. Se o dia não estiver muito quente, vá com ele para o local ensolarado e aos poucos vá retirando as pecinhas de roupa, assim o sol vai aquecer o corpinho dele ao invés de ficar desconfortável por de repente se achar totalmente nu e com frio. Aproveite e coloque o seu peito ao sol para fortalecer a pele do mamilo e ajudar sarar possíveis machucados, comuns nos primeiros dias de amamentação. Fique você também exposta ao sol, pois seu corpo também necessita da vitamina D, e a luz solar ajuda bastante na regulação do humor e sensação de bem-estar. 


Icterícia e leite materno

Sobre a Vitamina D:


Sobre o colo e outros cuidados:
Bebês foram feitos para ficar com a mãe, principalmente os RN. Seja no colo ou deitado junto com ela, seu filho não entende nada de vícios, nem de maus costumes. Está programado pela natureza através de milhares de anos de evolução da espécie humana, para garantir a sua sobrevivência, e para isso o cuidado e a proteção da mãe é fundamental. O que seria do bebê das cavernas se a mãe o deixasse sozinho num canto? Não teríamos chegado até aqui, com certeza. A nossa espécie teria sido extinta pelas feras.

Os bebês tem um mecanismo de defesa ancestral inato, que foi muito útil para se defender dos possíveis predadores de nossos antepassados das cavernas.  Ao acordarem e se sentirem completamente sozinhos, como no berço/carrinho, eles choram e gritam a plenos pulmões, pois não sabem que a mãe está no quarto ao lado e que em nossa casa não há bestas e feras à espreita.Para que esse comportamento não atraísse os predadores, as mães estavam sempre com o bebê no colo, no peito.

Ao contrário disso, os que ficavam quetinhos e voltavam dormir, mesmo sentindo fome, acabavam sendo deixados sozinhos e não havia tempo da mãe voltar para lhes protegerem. Mas hoje, esse mecanismo pode lhe levar esquecer da hora de mamar, principalmente bebês RN, por isso evite deixar o bebe muito tempo sozinho no berço/carrinho. O lugar do bebe é no seu colo preferivelmente,  a sua respiração, calor são o estimulo que ele precisa para acordar e mamar.

O contato físico constante, colo contínuo, vai garantir um bebê mais estimulado, que vai mamar na frequência certa e será muito mais calmo.

 O Conceito do continuum - a importância da fase do colo


Esse contato físico constante estimula a rápida descida do LM e o aumento da sua produção na medida que o bebê cresce e aumenta a demanda.  Veja abaixo sobre a teoria de exterogestação, lhe ajudará acalmar seu bebe nos momentos mais críticos.

Teoria da exterogestação, pelo Dr. Harvey Karp


O sling pode lhe ajudar muito para ficar com o bebe perto de você e manter as mãos livres para comer ou realizar outras tarefas. Se não tem um sling, pode fazer um, improvisar ou comprar pela internet. Vai ser uma ferramenta insubstituível daqui para frente.  É  muito comum em RN que são colocados para dormir no berço/carrinho sozinhos imediatamente após a mamada, que optem por fazer mamadas intermináveis para garantir que a mãe ficará com eles. Permita que seu filho durma no colo após terminar de mamar, e se precisa deixá-lo no berço por qualquer razão, que seja só um tempo após a mamada quando já estiver em uma fase mais pesada do sono.


Tudo sobre sling


A ajuda do marido/família/amigos:

O suporte da sua rede de apoio, marido, família e amigos, deve se centrar em você. A função deles é garantir que você esteja bem física e emocionalmente para poder cuidar do bebe. Não é função de nenhuma pessoa substituir a mãe com mamadeiras, colo, ou cuidados com o RN. Se você está cansada, pegue seu filho e vá dormir com ele, peça ajuda para ajeitar almofadas ou travesseiros que apóiem confortavelmente seu corpo e amamente deitada, faça cama compartilhada.
Você precisa estar calma e relaxada para cuidar de seu bebê, e seu estresse pode atrapalhar a descida do leite materno. Avalie se a ajuda que recebe está sendo boa mesmo. Às vezes é melhor ficar sozinha com seu bebe, do que ouvir comentários desnecessários e desencorajadores o dia inteiro. 

Se alimente bem, se hidrate bastante e mantenha o resguardo. Ficar em casa apenas com o bebe não significa que está em condição de se responsabilizar pelas tarefas domésticas. Seu corpo precisa do tempo de resguardo para se recuperar da experiência da gravidez e o parto.

Não precisa e não é hora de cortar alimentos sem nenhuma razão lógica, leia aqui:https://www.facebook.com/photo.php?fbid=153160738196138&set=oa.385169041599378&type=3&theater

Não duvide em procurar ajuda, nos bancos de leite, em nossa comunidade, nos grupos de pós-parto de sua cidade ou com suas amigas de confiança. Não fique sozinha com seus problemas, nenhuma mãe consegue criar seus filhos sozinha. Já ouviu o ditado de que "é preciso uma vila para criar filhos"?

Sempre ouvirá conselhos de todos os tipos, alguns bons e outros péssimos. Selecione, tenha critério e se mantenha bem informada.

Aprenda lidar com os conselhos não desejados, veja aqui:

Fonte: Grupo Virtual de Amamentação: https://www.facebook.com/groups/266812223435061/

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O que colocar na lancheira da escola?

Sempre vejo muitas dúvidas sobre o que colocar na lancheira dos pequenos e a grande maioria opta pelo mais fácil, pelos industrializados, pelos alimentos prontos que além de serem uma bomba de açucar, são bem calóricos e não têm o valor nutricional adequado para as crianças. Ao iniciar a alimentação, sempre procurei oferecer à Helena, opções de lanches saudáveis. Então, quando ingressou na escola, isso se manteve.
A primeira dica para enviar um lanche nutritivo e gostoso é seguir um esqueminha de mandar sempre: 1 fonte de carboidrato, 1 fonte de cálcio, 1 fruta e/ou suco natural. Aqui, como ela adora, sempre vai a fruta e o suco, rsrs.
Aí bate a dúvida para quem não gosta de mandar o suco por ficar quente depois. No blog As delícias do Dudu aprendi uma dica bem bacana para fazer o suco e enviá-lo de forma que ele continue geladinho. É só prepará-lo antes e congelar em fôrmas de gelo. Na hora de colocar na lancheira, desenforma e coloca os cubinhos num copinho ou garrafinha térmica e é só acrescentar um pouquinho de água. Até a hora do lanche, já terá derretido e é só sacudir q o suco estará geladinho. Clique aqui e veja o passo a passo.
Para quem ainda assim prefere comprar sucos prontos, evitem os que vem escrito "néctar" ou "bebida preparada" no rótulo. Seguem algumas opções de sucos naturais, sem adição de açucar, vendidos nos mercados:
Green Day, vários sabores, o sabor é agradável. Opções em embalagens para lancheira: maçã, uva branca e roxa, maçã com pera:


EcoCitrus, sabores:  tangerina ou laranja. É orgânico, o que favorece a escolha.
Cajuína tradicional. Também é orgânica, paladar bem adocicado:
Native, suco de laranja. Orgânico. Os outros sabores tem adição de açúcar.
Smootie, Jasmine. Ótimo para os menores. Sempre de mix de frutas, tem três sabores diferentes.



Sucos Do bem. Tem nos sabores abaixo:

Suco de uva integral. Eu, particularmente, gosto da marca Campo Largo por ser 100% natural e sem conservantes.

Agora voltando ao lanche dos pequenos, segue também algumas sugestões para enviar na lancheira:
  • Frutas secas: damascos, uvas passas, maçã, abacaxi ou banana desidratada;
  • Oleaginosas - para crianças maiores, que mastigem bem: castanhas, nozes, amêndoas, amendoim;
  • Biscoitos integrais: de todos os tipos, hoje existem muitas opções - cuidado com o excesso de sódio, analise o rótulo antes de comprar;
  • Pães integrais para fazermos sanduíches naturais;
  • Bolos simples, feitos com farinha de aveia (é só trocar em qualquer receita, metade da farinha de trigo por farinha de aveia- fica ótimo!);
  • Polenguinho;
  • Bisnaguinhas ou similares;
  • Frutas diversas;
  • Cereais tipo Granola, 
  • Barras de cereais e barras de frutas, pode fazer caseira, sem açucar, clique aqui para a receita;
  • Torta salgada feita em casa;
  • Milho cozido e debulhado;
  • Pipoca feita em casa.

Uma outra dica bacana, caso se tenha tempo e disposição, é fazer o lanche, de forma criativa para agradar a criança. Como por exemplo, essa banana pirata, que Helena adora levar:


E essa florzinha feita com mexerica, melancia e uva:


Segue algumas montagens que já mandei para Helena:

- Biscoito de polvilho, polenguinho, uva e suco
- Cookies integrais, goiaba e suco
- Torradinha integral, polenguinho, manga picadinha e suco
- Bolo caseiro, barra de cereal com frutas e suco

Aqui segue mais algumas dicas da Dra. Karine Durães:
- Mix de frutas secas e oleaginosas - em um potinho, coloque damasco, uva passa, nozes, castanhas.
Iogurte de beber

- Bolo simples de banana
Suco de fruta

- Um pacotinho individual de biscoitos integrais 
Maçã
Suco de fruta

-Musli com gotas de chocolate
Iogurte de beber
Morango picado - tudo separadinho, pra criança montar na hora do lanche

-Pão integral com polenguinho
Suco de fruta

-2 bisnaguinhas com queijo branco
Suco de fruta
Uvas


Parece muita coisa mas é bom lembrar q são em quantidades pequenas, para que a criança consiga comer de tudo um pouco.

E é isso, espero que tenha ajudado e aproveitem as dicas.

Fonte: Blog da dra Karine Durães: http://nutricionistainfantil.blogspot.com.br/
            Blog As delícias do Dudu: http://www.asdeliciasdodudu.com.br/

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Não quero criar filhos obedientes!


Essa semana esse vídeo fez sucesso na internet. O vídeo de uma menininha dançando, do jeito dela, em uma apresentação, aparentemente de sapateado. Lembrei muito da minha filha ao ver e me identifiquei bastante. Me abriu os olhos para alguns questionamentos e julgamentos que sempre enfrentamos no dia a dia.
Minha filha iniciou o ballet aos 3 anos, que a meu ver, seria mais uma forma de distração, interação, brincadeira. Ela ainda não estava na escola e eu via mais como uma forma dela fazer novas amizades e "brincar" de ser bailarina. Infelizmente, não foi o que aconteceu, pois ela foi perdendo o interesse de ir às aulas por simplesmente não poder ser criança, não poder errar, não poder questionar, não poder falar, não poder interagir com as outras coleguinhas. Foi cansando até chegar a um ponto em que chorava, berrava que não queria mais e até hj qndo falamos do ballet ela fala que não quer voltar. Mesmo sempre recebendo "elogios" de que ela é muito disciplinada ainda não era o suficiente. Saindo um pouco desse assunto do ballet, ela entrou na escola em outras atividades e só tenho a agradecer a forma como é tratada e que interage com os demais coleguinhas. Hoje ela tem 4 anos e 4 meses e é uma menina bem ativa, e meio que atípica, rsrs. Interage bem, é bem crítica, questionadora, persistente, inteligente. Não é do tipo meiguinha, princesinha, carinhosinha e é rodeada de amiguinhos e age como se fosse uma líder. Escala, salta, faz peripécias dignas de uma acrobata, rsrs. Seu ídolo? O homem-aranha. Sempre ouvimos palavras do tipo, "vc não tá muito agitada pra uma mocinha?", "vc é muito desobediente", "menina não brinca assim". Pois bem, tá aí um ponto chave, NÃO QUERO FILHOS OBEDIENTES! Quero filhos capazes de pensar, questionar, respeitar as opiniões diversas bem como defender a sua opinião. Quero filhos ativistas que lutem pelo que acham certo e não abaixem a cabeça para tudo ou para alguém pelo simples fato de ter uma patente superior. Quero filhos amigos, que saibam escutar e entender os argumentos dos pais bem como ter coragem de tirar suas dúvidas e exporem seu ponto de vista. Para mim, mais importante do que criar filhos obedientes, é criar filhos capazes de discernir o certo do errado de acordo com os valores que são ensinados em casa. Não é porque ela é menina que tenha que ser submissa, quieta, calada. Ao contrário do que pensam, ela não me dá trabalho em casa e cumpre com suas obrigações mesmo questionando e se rebelando às vezes. Faço minhas as palavras postadas na página cientista que virou mãe: "Você acha que o legal é ser como todo mundo? Acha que todo mundo precisa fazer tudo igual? Acha que as "regras" são sempre para serem seguidas sem reflexão? Acha que toda criança precisa ser igual? Ela não acha!". O diálogo predomina e fico feliz ao ver que ela vem aprendendo e levando para si os valores que são passados. 



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Marcha pela humanização do parto

Não percam pessoal de Brasília. Sábado tem evento nacional de mobilização à favor da humanização do nascimento e contra perseguições que profissionais envolvidos sofrem. Clique aqui e fique por dentro do evento em Brasília.


Lista de cidades onde a marcha já está confirmada:

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Provados os malefícios do treinamento precoce de sono


Por: Tracy G. Cassels


Tradução: Gabriela de O. M. da Silva
Revisão: Juliana Rossi


Uma nova revisão de artigos que saiu no Jornal de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento [1]  me fez ouvir as trombetas, ver as nuvens se dissiparem e o sol iluminando tudo (e eu moro em Vancouver, BC, então isso não é algo que costumo  observar com frequência) ao finalmente ver alguém tratar do assunto de treinamento de sono em crianças pequenas ao resumir TODAS as pesquisas (embora seja apenas até os 6 meses de idade). Essa nova revisão examina todos os artigos de 1993 até agosto de 2013, que examinaram os efeitos dos treinamentos de sono em bebês menores de seis meses de idade.

Apenas um lembrete, caso as pessoas não saibam: vários médicos, especialistas em sono, treinadores de sono e clínicas especializadas começam a promover treinamentos de sono a partir dos 3 ou 4 meses de idade. Alguns pais começam até mesmo antes disso. Quando algum de nós se manifesta contra essa prática, argumentando que os bebês estão em um período delicado neste momento (o quarto trimestre de desenvolvimento) ou desenvolvendo naturalmente o ciclo circadiano e nós não queremos atrapalhar; ou ainda que este tipo de treinamento pode afetar o sucesso na amamentação, eles nos respondem que é nossa tarefa provar que esta prática causa mal se não queremos que seja promovida.  Bem... aqui está a prova.

Os doutores Pamela Douglas e Peter Hill, da Universidade de Queensland, na Austrália (para os quais eu gostaria de oferecer um drink) fizeram essa revisão. Um total de 43 artigos atenderam aos critérios para serem incluídos no estudo. Várias técnicas de treinamento de sono foram incluídas na revisão. Os suspeitos de sempre, bem como separar amamentação do sono e toque (ou seja, nunca deixar o bebê adormecer no peito ou no colo, ensinando a criança a se "auto-acalmar" sem toque ou alimento), marcar horários para o sono estando o bebê cansado ou não e diminuir o estímulo durante o dia. Observaram todos esses aspectos para ver os resultados associados a eles nas crianças e nas mães.

Uma das revelações mais impressionantes foi a de que os artigos promovendo treinamento de sono logo nos primeiros meses não tinham na verdade  nenhum embasamento científico. O que vários deles descobriram foi simplesmente que o sono se consolida rapidamente durante os primeiros quatro meses após o parto e por causa desse comportamento, tomaram como evidência científica que o treinamento de sono iria prevenir problemas futuros nos ciclos de vigília-sono dos bebês. Porém, quando resolveram olhar os resultados disso nas mães e nos bebês (como eram elas as principais responsáveis por realizar o treinamento), descobriram o seguinte:

  • Treinamento de sono nas primeiras 12 semanas resulta em duração maior dos períodos de sono, mas não reduz a quantidade de choro, que é a principal preocupação dos pais que procuram por treinamento de sono.
  • Aumento dos despertares noturnos nos bebês amamentados não estava associado a problemas de sono ou comportamento de longo prazo, apesar de vários sugerirem problemas que demorariam a ser resolvidos se a criança continuasse acordando à noite.
  • Crianças que apresentam despertares noturnos ou outros distúrbios do sono aos 6 meses (sem intervenção) têm saúde mental completamente normal ao atingirem a juventude, o que significa que aqueles que sugerem uma ligação com problemas futuros não podem sustentar sua teoria.
  • Para os que se preocupam com mães que entram em depressão, treinamento de sono antes dos 6 meses não conseguiu diminuir de forma alguma a depressão materna. Na verdade, os problemas de sono da mãe não se relacionavam com o sono do bebê, mas com a depressão em si, e não o bebê.
  • Na verdade, descobriu-se que era a depressão da mãe que influenciava no aumento de tempo pelo qual o bebê acordaria à noite (apesar de não influenciar a frequência dos despertares), e não o contrário.
  • Mães que amamentam acordam com mais frequência para alimentar o bebê, mas relatamqualidade melhor de sono e índices mais baixos de depressão pós-parto.
  • Os poucos estudos que descreveram uma diminuição na depressão da mãe devido a intervenções no sono, eram na verdade intervenções bem complexas com vários elementos (incluindo apoio à mãe) e dessa forma a diminuição na depressão não poderia ser relacionada diretamente ao treinamento de sono.
  • Desassociar a amamentação do sono em crianças menores de 6 meses de idade foi associado a maior fracasso na amamentação.
  • Horários rígidos para o sono e outros cuidados nos primeiros 6 meses de vida, estão associados a 3 vezes mais riscos de problemas comportamentais aos seis meses de idade, e o dobro da quantidade de choro dos bebês que recebiam os cuidados sempre que pediam.
  • Colocar um bebê em um quarto escuro durante o dia sob o pretexto de que precisam dormir ou chorar por estarem "super estimulados" ou "cansados demais", na verdade inibe a consolidação do sono noturno (o que significa mais despertares noturnos) e aumenta o risco da morte-súbita (SIDS). Isso também reduz a habilidade da mãe de desenvolver um bom ritmo biológico diário com o bebê, o que reduz a saúde mental materna.
  •  O foco das intervenções no sono - o quanto o bebê dorme, quanto tempo fica acordado entre as sonecas, a quantidade de despertares, etc. - na verdade aumenta a ansiedade dos pais. E isso pode também resultar em sono pior para o bebê.


Talvez o mais interessante de tudo, apesar de não ser uma consequência, é que a maioria das famílias não fala em problemas no sono durante os primeiros seis meses do bebê. A maioria das pessoas estão sendo orientadas a usar essas técnicas comportamentais como medidaspreventivas de problemas futuros. Além de não existir evidência de que isso funcione, como acabamos de ler, pode na verdade trazer mais problemas para a família a curto e médio prazos. Como nenhum desses estudos sequer olhou para questões sociais ou emocionais que podem surgir a longo prazo devido a treinamentos tão precoces, a pergunta de quais podem ser os riscos a longo prazo continua sem resposta.

O que fazer? Como os autores sugerem, o tratamento precisa ser holístico. Na cabeça desses autores e pesquisadores, o tratamento precoce de qualquer problema deveria evitar o treinamento de sono e qualquer  técnicas behaviorista, dando lugar à orientação  sobre cuidados baseados nas necessidades do bebê, sincronia entre os pais e a criança, ritmos biológicos diários saudáveis, além de falar a respeito da ansiedade dos pais em relação ao sono e o choro normal. Além disso, dificuldades na alimentação deveriam ser examinadas como uma das causas potenciais do comportamento agitado do bebê, e dessa maneira os pais devem receber toda a assistência necessária para resolver quaisquer problemas na alimentação.

Não disseram que seriam necessários 20 anos de estudos para provar que causava mal? Não poderíamos ter evitado isso e poupado todas essas famílias de passar pela ansiedade, estresse e problemas advindos da recomendação de algo que não havia sido provado como inofensivo apesar de ir contra todas as normas biológicas?

Então... treinadores de sono, "especialistas" em bebês, médicos e todos os demais que promovem treinamento de sono em bebês novinhos. O que vocês vão fazer agora?





[Créditos da imagem:  Desconhecido]


[1] Douglas PS, Hill PS.  Behavioral sleep interventions in the first six months of life do not improve outcomes for mothers or infants: a systematic review.  J Dev Behav Pediatr 2013; 34: 497-507.



Link para o texto original em Inglês:

O que é um presente para uma criança?

O dia das crianças está logo aí e a publicidade infantil cai matando para incentivar o consumo dos personagens da moda. Mas comprando esses presentes, é garantia de brincadeira da criança? Eles não vão parar no fundo do baú depois? Criança quer presença e não presente. Se nos dispormos a dar um passeio, fazer uma atividade, brincar juntos, tenho certeza que nossos filhos adorariam mais do que qualquer presente. Não estou sendo hipócrita e dizendo que nunca damos presente, pois damos sim. Mas a presença e as brincadeiras se fazem mais importantes no dia a dia e qualquer presente se torna substituível. Li um post bem interessante em um blog e resolvi compartilhar:

"O tal do “eu quero”, “compra pra mim”, tem dado lugar a um olhar curioso, desde que comecei a gongar as propagandas e as embalagens direcionadas a crianças aqui em casa. Posso estar pondo a carroça na frente dos bois, mas recentemente, em vez de ouvir um “mãe, compra um desse para mim”, ouvi um “mãe, esse brinquedo não faz isso de verdade, né?”. Confesso que que me senti vingada pelas vezes em que acabei cedendo aos apelos consumistas que ludibriaram minha família.
Mas eu escrevi este post mesmo, não para militar contra a indústria de brinquedos, e contra a mídia que faz brotar na nossa cabeça e na dos nossos pequenos a NECESSIDADE de determinado produto, nem para te converncer a não comprar presente para seu filho neste 12 de outubro. Escrevi mais para dizer duas coisas:
1) Ouvi a psicóloga Rosely Sayão dizer que quanto mais brinquedos tem, menos a criança brinca. (O depoimento dela você pode conferir neste vídeo que é comprido, mas riquíssimo.) Lembro-me de estar discutindo com meu marido as “atrações” da festa de aniversário de meus filhos que foram em casa. Ele queria alugar uns infláveis malucos, e eu vetei na hora. A preocupação dele era o que as crianças iriam fazer. Ué, criança vai brincar? Você brincava de quê nas festas? Tinha brinquedo, monitor, apresentação? Não. Vocês brincavam de pega-pega, esconde-esconde, de roubar doce da mesa, de dar cambalhota… O bolso agradeceu, e as crianças se divertiram horrores. Gravei esta frase, e toda vez que tem milhões de brinquedos espalhados pela casa e meu filho vem com essa de que quer pegar outro brinquedo, eu já solto o mantra da titia Rosely “Criança que tem muito brinquedo não brinca! Olha aí, é tanta coisa espalhada que você nem sabe o que fazer, com o que brincar”. Está funcionando!
2) Peça para seu filho te dar um presente. Com toda certeza ele vai te fazer um desenho, trazer uma flor de um jardim, uma pedra, uma folha seca. Vai arrancar uma camiseta da própria gaveta, vai embrulhar metade do biscoito dele. Para nossos pequenos, presentear é se fazer presente. Na concepção deles, dar algo de presente é uma forma de você se entregar à outra pessoa. Eu acredito que dar um passeio para uma criança com menos de 7 anos é meio decepcionante, pois a capacidade dos menores de abstrair que aquilo é um presente é um pouco mais complicado, já que eles aprendem tudo pelo concreto. Se é um presente, eles querem ver, pegar, sentir, cheirar, desembrulhar. Pelo menos enquanto essa concepção de presente existir. Aprenda com seu filho o que pode ser um presente. Um jogo da velha feito com pedras pintadas, escondido pela casa, com direito a caça ao tesouro vai gerar uma recordação de infância muito maior do que o desbrulhar de uma caixa cheia de lacres e um brinquedo que não trouxe brincadeira inclusa."
Feliz dia das crianças, à todos e todos os dias!