A descoberta da gravidez é um momento complicado, marcado por emoções fortes e ambivalentes, oscilando da euforia ao pânico total! Com a chegada de um novo membro na família surgem novas dúvidas e dilemas na vida do casal. Diante dele, abre-se todo um novo mundo, ainda desconhecido, e que rapidamente revela-se amplo e complexo: o mundo da Maternidade.
Planejar o nascimento e a chegada do bebê é uma tarefa árdua, e que ocupa plenamente os nove meses de gestação. A seguir, veja suas principais etapas:
Primeiro passo: encontrar uma equipe de saúde (de preferência Humanizada)
É o primeiro passo mas também o mais dificultoso: algumas mulheres passam praticamente a gestação inteira procurando uma equipe adequada, que as trate com respeito e carinho, e confie em sua capacidade de parir naturalmente, sem intervenções desnecessárias.
Uma equipe humanizada é composta de:
- um Obstetra humanizado, que acompanha a mulher durante o Pré-Natal, pede exames e, durante o trabalho de parto, intervém apenas quando necessário (em caso de intercorrências que necessitam de intervenção médica ou cirúrgica) - Em casos de mulheres que optam por parir fora do hospital (em Casa de Parto ou em casa), é importante contar com o apoio de um Obstetra humanizado, que concorde em ser seu "plano B", caso uma remoção para o hospital se faça necessária;
- um Pediatra Neonatologista humanizado, que é responsável pelos primeiros cuidados com o bebê (o ideal é escolher o pediatra neonatologista ainda durante a gestação, para evitar que o bebê seja recebido por um plantonista não-humanizado na hora do nascimento no hospital e passe por procedimentos desnecessários) - Em casos de mulheres que optam por parir fora do hospital (em Casa de Parto ou em casa), é importante contar com o apoio de um Pediatra humanizado, que concorde em ser seu "plano B", caso uma remoção para o hospital se faça necessária;
- Enfermeiras Obstetras (EOs), que dão atenção às mulheres em trabalho de parto de baixo risco, (que não requerem intervenções de um Obstetra). As EOs podem atender em ambiente hospitalar, em Casas de Parto ou na residência da gestante - Segundo a recomendação do Ministério da Saúde, a gestante de baixo risco deveria ser acompanhada por uma EO durante seu parto, e o médico apenas deveria ser acionado em casos de intercorrências, quando sua experiência e técnica são medicamente necessárias;
- Obstetrizes ou Parteiras, que acompanham partos de mulheres de baixo risco em ambientes extra-hospitalares - A escolha do atendimento por umaparteira não descarta a necessidade de contar com o acompanhamento de um Obstetra humanizado, caso uma remoção para o hospital se faça necessária.
A escolha de uma equipe humanizada completa é essencial para que a gestante tenha a segurança de estar sendo bem acompanhada em caso de qualquer intercorrência ao longo de sua gestação ou parto. É essencial que a gestante conheça bem, e confie, na sua equipe de saúde, pois otrabalho de parto necessita de um estado mental de completa entrega e tranquilidade, o que é dificultado quando pessoas desconhecidas ou com as quais a mulher não tem empatía adentram a cena de parto.
Segundo passo: escolher a sua Doula
A Doula ajuda muito o casal durante a gestação, pois lhe traz muitas informações relevantes e ajuda a diminuir os níveis de ansiedade. Quanto mais cedo a Doula entra na vida do casal, melhor! Muitas vezes, a Doula acompanha até mesmo casais que desejam engravidar e já estão à procura de uma equipe humanizada, afinal, as Doulas trabalham nesse meio e conhecem muitos profissionais.Por sua experiência, as Doulas são capazes de explicar muitas coisas para o casal, ajudando-o a se prepararconscientemente para a chegada do bebê. Muitas Doulas também organizam encontros de gestantes, o que permite ao casal criar uma rede de apoio emocional e trocar vivências e experiências. Isso tende a deixar o casal mais seguro.
Escolher uma Doula é como escolher um namorado: às vezes são necessários encontros com várias até que se encontre a Doula Ideal. O mais importante é ter empatía. A Doula está lá para dividir os momentos felizes e as expectativas do casal gestante, mas também suas angústias, medos e preocupações. O casal deve se sentir à vontade para ligar para a Doula e contar com sua presença sempre que for preciso.
Terceiro passo: começar a frequentar um Grupo de Gestantes
Participar de um Grupo de Gestantes (presencial e/ou virtual) é muito importante, sobretudo se o casal está planejando um Parto Natural. A convivência com casais que já passaram pela experiência é extremamente enriquecedora, ajudando a fortalecer a confiança do casal em sua decisão, diante das inevitáveis adversidades com que se depararão ao longo da gestação.Em uma sociedade em que mais de 50% dos bebês são nascidos porCesariana, Parto Normal não é mais tão normal - nem tão fácil de se conseguir - assim... Entre histórias relatadas por próximos (e às vezes nem tão próximos), a mídia mostrando imagens assustadoras de partos terrivelmente traumáticos (até para quem assiste), e pessoas pressionando abertamente o casal para a escolha pela cesárea, é difícil manter a determinação de ir adiante com o parto da maneira mais natural e fisiológica possível. A existência acolhedora de um Grupo de Gestantes é, para muitos casais, um fator determinante no empoderamento para o Parto Natural.
Quarto passo: começar a pensar, planejar e preparar-se para o parto
Quanto antes o casal começar a pensar sobre o que deseja para o seu parto, e se informar sobre as possibilidade de conseguir o que quer, melhor! Conhecer os seus direitos, e as recomendações da OMS no atendimento ao Parto Normal, já é um bom começo!
É recomendado que o casal faça um Plano de Parto durante a gestação. O Plano de Parto não é uma garantia de que todos os desejos do casal serão respeitados, mas sua elaboração durante a gestação permite que esses desejos sejam discutidos com a equipe de saúde e que, assim, chegue-se a um consenso a respeito do atendimento ao parto. O planejamento do parto em detalhes a partir do Plano de Parto também permite que o casal visualize melhor como será o seu parto, e se sinta mais tranquilo e em controle da situação.
A preparação para o parto é uma preparação completa: é necessário que a mulher cuide de sua alimentação e de sua saúde física, de preferência contando com a ajuda de profissionais especializados, mas também deve haver uma preparação psicológica para o parto. Essa preparação passa pela leitura de relatos de partos e textos que explicam as alterações e sensações naturais da gestação e do parto, mas também pela visualização de vídeos de partos humanizados, que permitem desmistificar a dor e criar uma imagem inconsciente mais positiva do parto, e pela informação teórica que permite paliar as dúvidas e acabar com os medos do casal.
A preparação psicológica para o parto é um processo longo e complexo, que requer de muito apoio. É papel da Doula ajudar o casal nesse processo, porém algumas mulheres e homens necessitam, às vezes, recorrer a ajuda de um profissional especializado. Algumas mulheres relatam que só mesmo em seu segundo ou terceiro parto estavam plenamente preparadas para a experiência, por isso é importante começar a pensar sobre o parto, planejá-lo e preparar-se para ele o mais cedo possível, se possível, antes mesmo de engravidar!
Quinto passo: fazer visitas e escolher o ambiente de parto
Uma das propostas da Rede Cegonha é que a gestante do sistema público de saúde seja informada, desde o início do pré-natal, sobre o local onde ocorrerá seu parto. Para as mulheres que possuem convênio ou se dispõem a pagar seu parto, existe a opção de escolher a maternidade ou hospital no qual o casal se sinta mais confortável para trazer seu filho ao mundo. Além disso, muitas cidades contam hoje com Casas de Parto, e existe também a possibilidade de se optar por um parto domiciliar (com a devida assistência para assegurar que nada de errado aconteça). Como saber qual dessa opções é a melhor para você?
Fazer visitas aos diferentes locais, conhecer e conversar com os diferentes profissionais, fazer perguntas e mostrar seu Plano de Parto (as reações dos profissionais diante do Plano de Parto podem ser reveladoras) são maneiras de conhecer melhor as diferentes opções e fazer uma escolha informada do melhor ambiente de parto para sua família (Não hesite em voltar para visitar novamente, se sentir necessidade).
O local de parto deve ser um lugar no qual você se sinta à vontade, confortável e segura, tanto no caso de tudo correr bem quanto no caso de acontecer algum imprevisto. Você deve se sentir segura para chegar lá e saber circular pelo ambiente, conhecer as pessoas, e deve ser informada de todos os procedimentos da instituição (os de rotina e os que são feitos em casos de emergência).
Mesmo no caso de um parto em casa, é importante conhecer o hospital para onde será feita uma possível transferência, caso necessária. Quanto melhor a gestante conhecer todas as suas opções, mais segura se sentirá.
Sexto passo: preparar a família
A família pode ser uma grande aliada durante a gestação e parto do casal, ou pode acabar se revelando um grande empecilho!É importante que a família se prepare também para a chegada do bebê: as pessoas mais próximas do casal devem procurar se informar a respeito do processo natural de gestação e parto e, se possível, participar dos grupos de gestantes (presenciais e/ou virtuais) junto com a gestante.
Ver os vídeos e ler os textos que inspiraram o casal a tomar as decisões que tomou a respeito do seu parto são excelentes iniciativas para os membros da família que desejam fazer parte desse momento e apoiar o casal da melhor maniera possível.
Sétimo passo: preparar o enxoval
A maioria dos bebês necessita de menos coisas do que os pais acreditam que precisam.
As primeiras semanas são marcadas pela adptação mútua do bebê e do casal, e pela definição de um estilo único de maternagem-paternagem. Alguns casais perceberão que preferem ter seus filhos próximos a eles, na cama ou em um bercinho ao lado da cama, e não precisarão de um berço em outro quarto; já outros casais gostarão de colocar seus filhos desde o início em um quarto próprio; alguns pais escolherão fazer uso de luvinhas, chupetas, mamadeiras, acessórios para a cabeça, etc. em seus filhos, enquanto outros escolherão não fazê-lo. Tudo dependerá da necessidade do bebê e do que parecer mais confortável para os pais nesse momento. Não há como prever isso.
Muitas famílias investem bastante dinheiro em um enxoval lindo, maravilhoso, e acabam não usando praticamente nada! Seja por que o bebê nasceu maior do que o previsto e aquela pilha de roupinhas tamanho RN já não servia, seja por que o bebê e a Mamãe se sentem melhor usando um sling do que um carrinho, ou por que os objetos comprados não cumprem seu propósito de realmente facilitar a vida dos pais.Não há necessidade de encher o quarto do bebê com ursinhos de pelúcia ou aparatos coloridos, luminosos e sonoros, pois ele, ao nascer, ainda está muito imaturo para aproveitar tudo isso. Tudo que o recém-nascido quer, nas primeiras semanas de vida, é colo e peito da mãe, de preferência o tempo todo (como qualquer filhote de primata). Ele não se importa de ter o melhor carrinho do mercado, o bercinho X, Y, Z, tudo combinando ou nas cores apropriadas para seu sexo.
Antes de sair às compras durante a gravidez, lembre-se: você ganhará muitos presentes! Organizar festinhas de despedida da barriga e chás de bebês pode ser uma boa maneira de ganhar praticamente tudo o que se necessita nas primeiras semanas do bebê, sem precisar gastar um dinheiro que pode vir a ser necessário para o planejamento do parto.
Oitavo passo: preparar-se para a amamentação
Muitas mulheres não se preocupam com a amamentação até as últimas semanas antes do parto, quando começam a se sentir angustiadas por ainda não estarem produzindo leite. É importante dedicar tempo ainda na gestação para a procura de informações a respeito do processo deamamentação e do desenvolvimento normal do bebê.Os seios não precisam de nenhuma preparação específica para a amamentação: eles mesmos se modificam durante a gestação, tornando-se mais escuros e mais "saídos". Muitas mulheres começam a produzir o colostro, que é o primeiro leite, ainda durante a gestação mas, se isso não acontecer, não se preocupe: o colostro virá quando o seio for estimulado pela sucção do bebê.
O leite mesmo só chega no terceiro ou quarto dia após o parto, quando os seios se enchem de leite em um fenômeno chamado apojadura. Muitas mães ficam com medo de não terem leite suficiente, pois não conhecem este fenômeno. Por isso é importante começar a pesquisar sobre o processo de amamentação antes da chegada do bebê!
Fonte: http://adeledoula.blogspot.com.br/2012/07/estou-gravida-e-agora-o-passo-passo-ate.html
Quer tirar dúvidas e saber mais sobre a amamentação entre no Grupo Virtual de Amamentação!
Aproveitem as dicas e sucesso nessa nova etapa!
Obrigada querida!
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado do post e espero que ele possa ajudar muitas mamães e papais nesse momento tão especial!
Um grande abraço!